Gasmig descarta reajuste no gás natural em janeiro

O presidente da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Pedro Magalhães, disse que não haverá aumento do gás natural em Minas, em janeiro. A Petrobras pretende aumentar em até 50% o preço do gás natural no ano que vem, nos novos contratos que está negociando com as distribuidoras estaduais. No caso de Minas Gerais, o presidente da Gasmig afirma que o novo contrato vai abranger apenas 20% do que a Petrobras fornece atualmente para o Estado, totalizando 400 mil metros cúbicos.
No Rio de Janeiro, o contrato engloba 100% de fornecimento. Pedro Magalhães acredita que haverá um acordo entre a Petrobras e as distribuidoras e que, por enquanto, Minas não pretende acionar a Justiça. “Temos uma relação muito boa com a Petrobras, vamos ver o que pode ser feito. O Rio tem hoje 1 milhão de residências e 1 milhão de veículos consumindo gás natural. Em Minas, são 82 mil residências e 40 mil veículos. Como o nosso contrato que vai vencer é de 20%, o valor do reajuste seria diluído e chegaria a no máximo 10% de aumento”, explica.
Magalhães afirma que a Gasmig vai estudar a situação em janeiro e que o reajuste de 10% pode ser aplicado em fevereiro. “Teria que ser repassado para o preço final. Está congelado, não houve aumento em 2021, nem para o Gás Natural Veicular (GNV) nem para os consumidores residenciais”, diz.
Várias distribuidoras entraram com ações para tentar barrar o reajuste. De acordo com a Agência Brasil, a Justiça do Rio de Janeiro já concedeu liminar suspendendo o aumento de 50% no preço do gás natural fornecido pela Petrobras à distribuidora Naturgy. Na decisão, o juiz determinou que a Petrobras mantenha as condições atuais de fornecimento e preço até que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprecie a representação feita pela concessionária Naturgy e até que sejam reguladas as condições de acesso ao mercado de gás, permitindo assim a instauração de plena concorrência no fornecimento do insumo. A decisão também recebeu parecer favorável do Ministério Público estadual, ao analisar que o aumento proposto “representaria verdadeiro caos para o Estado do Rio de Janeiro, impactando toda a população fluminense”
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Aumento do consumo
O consumo do gás natural aumentou aproximadamente 15% em Minas Gerais durante a pandemia. O volume mensal passou de 70 milhões de metros cúbicos para cerca de 80 milhões de metros cúbicos, segundo o presidente da Gasmig. Magalhães disse que só a demanda pelo GNV cresceu 100%, em 2021. “Houve uma campanha, distribuímos kits para quem queria converter os carros em Minas, demos incentivos, seguramos o preço e o volume de consumo do GNV dobrou. Para o Estado foi ótimo”, afirmou.
Magalhães reforça que o uso do gás natural veicular vale a pena, levando-se em consideração os preços da gasolina e do etanol e a economia por quilômetro rodado que o combustível proporciona. Um levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), com o preço dos combustíveis em postos das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, em Belo Horizonte, revela que com um gasto de R$ 50, o motorista roda 154 km em um carro a gás (R$ 0,33/km rodado), 79 km em um veículo a gasolina (R$ 0,63/km rodado) e 71 km em um carro a etanol (R$ 0,71/km rodado).

Importação de GNL tende a crescer em 2022
Rio – A importação de gás natural liquefeito (GNL) por parte da Petrobras tem uma tendência de continuar relativamente elevada em 2022, após a empresa bater recorde este ano nas compras externas do produto para atender as termelétricas na crise hídrica, disse um executivo da empresa à Reuters.
A estatal vai encerrar o ano com 119 cargas importadas de GNL, superando o recorde anterior de 2014, quando a empresa trouxe 99 cargas para ajudar o País a lidar com a escassez de chuvas nas hidrelétricas, como aconteceu em 2021, na pior crise hídrica em 91 anos.
Em 2020, foram apenas 33 cargas importadas pela empresa. A carga média importada pela empresa neste ano até novembro ficou em 23 milhões de metros cúbicos ao dia.
Segundo o gerente-executivo de Gás e Energia da Petrobras, Álvaro Tupiassu, ainda não é possível estimar o volume que será importado em 2022. “Se chover muito, cai (a importação), se chover pouco fica (ainda alto), mas se você olhar a tendência é muito provável que tenha uma demanda média alta no ano que vem”, disse ele.
“Como o nível dos reservatórios ainda está baixo, tem que acumular mais água (e usar térmica) para dar tranquilidade”, comentou.
A oferta brasileira de gás é de aproximadamente 100 milhões de metros cúbicos, sendo 50 milhões de m3 de produção nacional, aproximadamente 20 milhões de m3 de gás importado da Bolívia e 30 milhões de GNL, incluindo importação de cargas por outros agentes, além da Petrobras.
O Brasil é um importador líquido de gás, e a expectativa do mercado é de que a demanda do país pelo produto seguirá maior que a oferta interna pelo menos até 2035.
O aumento de produção de pré-sal, em campos como Búzios, elevará a oferta, mas mesmo no pico de extração a demanda total será maior nos próximos anos.
Geração térmica – No auge da crise hídrica, a geração térmica chegou a mais de 19 mil megawatts, mas atualmente está em cerca de 10 mil MW, segundo o segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi.
Diferentemente do último ano, as chuvas este ano chegaram no começo do período úmido, melhorando as previsões do ONS para os reservatórios, e aliviando a geração térmica.
Em dezembro, por sua vez, as chuvas estão aquém das estimativas, e os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste devem fechar o mês com um nível em torno de 25%, segundo a última projeção divulgada pelo órgão. (Reuters)
Preços do diesel para as distribuidoras são ajustados
Rio – A Petrobras informou ontem que promoveu na véspera alguns leves ajustes pontuais nos seus preços de venda de diesel para as distribuidoras, mas sem alteração do valor médio de comercialização do produto no país.
De acordo com a Petrobras, foram realizadas sete reduções de R$ 10/m³ (R$ 0,010 /litro) e um aumento de R$ 8/m³ (R$ 0,008 /litro).
Consultada, a empresa afirmou por meio da assessoria de imprensa que os ajustes não alteraram o preço médio de venda do diesel da Petrobras.
A estatal ajustou o preço médio do diesel nas refinarias pela última vez no fim de outubro, quando houve uma alta de 9,15%.
Ontem, a companhia informou redução de R$ 10 /m³ nos preços de diesel S10 em Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Ribeirão Preto (SP) e Brasília.
Além disso, alterou os preços do diesel S500 em Ribeirão Preto, Uberaba e Uberlândia nos mesmos valores.
A companhia ainda aumentou em R$ 8 /m³ o diesel S10 em Senador Canedo (GO), com manutenção dos preços do diesel S500 no local.
“Essas ações visam aumentar a eficiência das operações e a competitividade da Petrobras em ambiente concorrencial”, disse.
Na mesma nota, a companhia informou que desde novembro passou a ofertar para as distribuidoras a opção de entrega de gasolina, diesel S10 e S500 em Vila do Conde (PA) por via marítima.
Após planejamento dos clientes, o primeiro navio está programado para entrega em janeiro de 2022.
Postos – O preço médio do diesel nos postos de combustíveis do Brasil ficou praticamente estável em dezembro na comparação mensal, mas terminou o ano com acréscimo de 46,1%, aponta um levantamento da Ticket Log divulgado ontem.
O valor médio do litro do diesel nos postos atingiu R$ 5,612 em dezembro. Em igual mês do ano passado, o valor era de R$ 3,841 por litro, segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL).
O Brasil enfrentou durante o ano uma escalada dos preços dos combustíveis, com sucessivos reajustes nas refinarias pela Petrobras como reflexo da alta do petróleo no mercado internacional e do câmbio.
Como resultado, os combustíveis – notadamente a gasolina, com impacto direto nos índices de preços ao consumidor – viraram um dos principais fatores de pressão inflacionária no País. (Reuters)
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