Economia

Gasmig eleva tarifas do GNV e do gás para a indústria

Para os clientes industriais com faixa de consumo mensal de 350 mil metros cúbicos, o aumento foi de 0,76%, chegando a R$ 3,4518 m³
Gasmig eleva tarifas do GNV e do gás para a indústria
Foto: Divulgação/Gasmig

Após reduzir os valores no último reajuste tarifário trimestral, a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) elevou os preços do gás natural veicular (GNV) e do gás que fornece à indústria. As novas tarifas, aprovadas e divulgadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), entram em vigor nesta quinta-feira (1º).

Para os clientes industriais com faixa de consumo mensal de 350 mil metros cúbicos (m³), o aumento foi de 0,76%, passando de R$ 3,4255 por m³, para R$ 3,4518/m³. Já para os clientes automotivos, a alta chegou a 1,17%, saindo de R$ 3,0919/m³ para R$ 3,1283/m³.

Quando se compara os novos valores com os praticados pela empresa há um ano, o salto fica ainda maior. À época, o GNV era vendido por R$ 2,9365/m³ e o gás para a indústria por R$ 3,3124/m³. Ou seja, os preços subiram 6,5% e 4,2%, respectivamente.

Por outro lado, não houve mudanças nas tarifas trimestrais do gás natural para os segmentos comercial, com faixa de consumo de 10 mil m³/mês, que segue a R$ 4,0788/m³, e residencial individual, com faixa de consumo de 18 m³/mês, que continua a R$ 8,5005/m³.

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Em maio do ano passado, os clientes residenciais individuais pagavam R$ 8,0699/m³ e os clientes comerciais R$ 3,8418/m³. Neste caso, as respectivas altas foram de 5,3% e 6,2%.

Reajuste para o setor industrial ficou dentro do esperado

Conforme o consultor de Mercado de Energia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Sérgio Pataca, o reajuste da Gasmig para o setor industrial ficou dentro do esperado. Segundo ele, diferentemente de outros momentos, em que ocorreram variações significativas, como no início da guerra da Ucrânia, hoje se vê uma forte estabilidade nos preços do gás natural em todo o Brasil, sobretudo no território mineiro.

“Estamos vendo apenas ajustes na margem da distribuidora praticamente, que é ajustada via IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), e, às vezes, alguns ajustes de contrato com a Petrobras”, diz. “Normalmente, os reajustes estão seguindo somente a questão inflacionária. Então, não temos nenhum aumento expressivo”, completa.

Avanços no mercado de gás natural poderiam reduzir preços

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem defendido mudanças nas regras do mercado de gás natural para que as tarifas caiam. Ele considera os valores atuais “surreais” e atribui as tarifas elevadas a “oligopólios” que dominam o setor. Conforme um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o preço do gás natural que chega às indústrias brasileiras é dez vezes o praticado no mercado americano e o dobro do europeu.

De acordo com Silveira, a falta de regulação e os altos custos de escoamento e processamento impedem a redução de preços para a indústria e ao consumidor final. Segundo o ministro, o barateamento só vai ocorrer com uma renegociação dos contratos de distribuição, que impõem multas e sobretaxas que inviabilizam o aproveitamento do gás nacional.

Para ele, o gás release, que se caracteriza pela venda obrigatória de gás natural, por parte do agente dominante de mercado, para comercializadores ou consumidores finais, seria uma iniciativa importante para quebrar os monopólios e reduzir os valores.  

Já Sérgio Pataca diz que é um sonho da indústria ver os preços do gás natural barateados. De acordo com ele, a nova Lei do Gás, promulgada em 2021, incluía prazos para a desconcentração do setor, porém, todos foram ultrapassados. Segundo o consultor da Fiemg, a legislação ficou apenas na teoria devido à morosidade do governo federal, e se ela, de fato, fosse implementada, o mercado poderia avançar e os preços caírem.

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