Economia

Gasolina acumula alta de 46,7% em Minas neste ano

Gasolina acumula alta de 46,7% em Minas neste ano
Consumidores já encontram combustíveis mais caros na Capital | Crédito: Marcello Casal Jr. /Agência Brasil

Os preços dos combustíveis em Minas Gerais e em Belo Horizonte irão encerrar 2021 com forte alta. Após vários reajustes anunciados pela Petrobras ao longo do ano, o valor da gasolina, entre janeiro e 24 de dezembro, acumula elevação de 46,7% na média de Minas Gerais e de 45% em Belo Horizonte. No caso do etanol, a alta é de 64,8% na média estadual e de 67,5% na Capital. O diesel também teve os valores impulsionados com incremento de 42,2% na média de Minas e de 41% em Belo Horizonte. Os dados foram publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O aumento dos valores dos combustíveis tem como uma das justificativas a política de preços adotada pela Petrobras em 2016. A chamada Política de Preços de Paridade de Importação (PPI) vincula o preço do petróleo ao mercado internacional, sendo calculado em dólar. Com isso, o valor internacional do petróleo e a cotação do dólar influenciam diretamente na composição dos preços praticados no mercado nacional. Também pesam na cotação a retomada do consumo com o retorno das atividades após o período mais crítico da pandemia de Covid-19 e a disparada do dólar, o que fez com que os preços subissem para o consumidor final.

O aumento dos valores foi significativo em 2021. No mês de janeiro, a gasolina custava R$ 4,72 em média nos postos de combustíveis do Estado. Na média de dezembro até o dia 24, o preço praticado ficou em R$ 6,91 ou 46,7% a mais. A diferença poderia ser ainda maior, pois o valor recuou 1,04% entre novembro e dezembro, com o litro caindo de R$ 6,98 para R$ 6,91.

Em Belo Horizonte, a valorização do litro da gasolina, no acumulado do ano até 24 de dezembro, chegou a 45,1%, com o preço saindo de R$ 4,68 para atuais R$ 6,80. Entre novembro e dezembro, foi verificada redução de 0,14% nos valores pagos pela gasolina na média da Capital.

Etanol

Alta também foi verificada nos preços do etanol hidratado. Em janeiro, o litro do biocombustível era vendido, em média, a R$ 3,23 no Estado e, entre 1º e 24 de dezembro, foi encontrado por R$ 5,34, em média, um aumento de 64,8%.

Entre novembro e dezembro, houve queda de 3,18% no valor do etanol hidratado quando avaliada a média do Estado, com a cotação do litro saindo de R$ 5,43 na última semana de novembro para R$ 5,26 na semana de 19 e 25 de dezembro.

Em Belo Horizonte, o cenário foi parecido. O preço do biocombustível subiu expressivos 67,56% entre janeiro e o dia 24 de dezembro. Se em janeiro a média era de R$ 3,20 por litro, na média de dezembro o valor alcançou R$ 5,36.

Comparando as últimas quatro semanas, foi registrada retração de 2,06% no litro do etanol comercializado em Belo Horizonte. Na última semana de novembro, o preço médio do litro era R$ 5,41 e passou para R$ 5,29 na terceira semana de dezembro.

Diesel

Assim como a gasolina e o etanol, o diesel também ficou mais caro em 2021. O reajuste na média de preço praticada nos postos de Minas Gerais chegou a 42,25%, com a cotação do litro saindo de R$ 3,74 na média de janeiro para R$ 5,32 na média de dezembro. Em Belo Horizonte, no mesmo período, a variação positiva chegou a 41,04%, com o litro negociado a R$ 5,27 em dezembro, ante os R$ 3,74 verificados na média de janeiro.

Entre novembro e dezembro, foi verificada pequena queda nos preços do diesel em Minas Gerais. A redução foi de 0,22%. Já em Belo Horizonte, o valor avançou 0,55% e chegou a R$ 5,29 ante os R$ 5,26 praticados na última semana de novembro.

Com as diversas altas nos preços dos combustíveis, está em tramitação no Senado o projeto de lei que cria um programa de estabilização do preço do petróleo e derivados no Brasil. Segundo os dados divulgados pelo Senado, o objetivo do PL 1.472/2021 é servir como uma espécie de “colchão” para amortecer os impactos dos aumentos do preço do barril de petróleo e conter a alta nos preços dos combustíveis.

Além de criar um programa de estabilização, com a finalidade de reduzir a volatilidade dos preços de derivados de petróleo, o PL estabelece uma nova política de preços internos de venda a distribuidores e empresas comercializadoras de derivados do petróleo produzidos no Brasil.

Testes com diesel R5 começam em janeiro

São Paulo – A Petrobras e a distribuidora de combustíveis Vibra iniciarão no próximo mês testes com o chamado diesel R5 (com 5% de conteúdo renovável, como óleo de soja), produzido na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), informou a estatal em nota ontem.

Os testes serão feitos em conjunto com três linhas de ônibus operadas pela Auto Viação Redentor, em Curitiba. Os veículos rodarão com o novo combustível pelos próximos seis meses.

A petroleira já testou com sucesso o sistema de produção do chamado diesel renovável na Repar, em meados de 2020, mas a nova fase é importante para confirmar a efetividade do produto, que pode aumentar a mistura de conteúdo não fóssil no diesel comercializado no País.

O diretor de Refino e Gás da Petrobras, Rodrigo Costa, havia antecipado à Reuters a informação da realização dos testes, mais cedo neste mês, sem revelar os nomes dos parceiros.

Para iniciar o uso comercial do diesel R5, a Petrobras pleiteia junto ao governo que o produto seja incluído nos mandatos de mistura obrigatória ao diesel fóssil vendido nos postos.

No período dos testes, disse a Petrobras, serão fornecidos cerca de 120 mil litros do combustível para ônibus de Curitiba, com o objetivo de avaliar, em situação real, a influência do novo combustível na redução de emissões, no desempenho e na manutenção desses veículos.

O novo combustível R5 é produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais ou gordura animal com óleo diesel de petróleo. O combustível sai da refinaria com 95% de diesel mineral e 5% do diesel R5.

A Vibra (ex-BR Distribuidora) fará a adição obrigatória de 10% de biodiesel éster e entregará o produto final ao cliente com 15% de conteúdo renovável.

De acordo com a Petrobras, até mesmo óleo de cozinha usado pode ser utilizado no processo de produção do R5.

Ele pode ser produzido em unidades dedicadas pelo coprocessamento em unidades de hidrotratamento de óleos vegetais com o diesel de petróleo.

Apesar de ainda não ser usada industrialmente no Brasil, a tecnologia de coprocessamento é amplamente utilizada na Europa e nos Estados Unidos, “por se tratar da forma mais rápida e barata de se introduzir o diesel renovável no mercado, já que utiliza as unidades industriais existentes nas refinarias de petróleo”, disse a companhia.

Atualmente, está em discussão no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a possibilidade de o R5 também ser considerado no teor obrigatório de biocombustível no óleo diesel.

A Petrobras afirmou ainda que, caso seja aceita, a introdução do novo combustível trará vantagens para o consumidor, à medida que a adoção do produto viabiliza a utilização de teores mais elevados de renováveis nos novos motores a diesel. (Reuters)

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