Gasolina fica 4,9% mais barata nas refinarias a partir de hoje

São Paulo – A Petrobras anunciou, ontem, uma redução de 4,9% no preço médio da gasolina vendida para as distribuidoras, de R$ 4,06 o litro para R$ 3,86, que passa a valer a partir hoje.
É a primeira redução feita pela petroleira desde dezembro do ano passado e retoma o patamar médio de preços das refinarias que era praticado entre maio e junho.
O movimento ocorre enquanto o presidente Jair Bolsonaro continua a pressionar intensamente a liderança da empresa para reduzir os preços na bomba antes das eleições de outubro.
Ontem, Bolsonaro afirmou a um grupo de apoiadores que a companhia passaria a dar “boa notícia”.
“Acho que a Petrobras vai achar seu rumo agora, com o novo presidente. Vai começar a dar boa notícia para a gente”, disse ele em referência à chegada de Caio Paes de Andrade, que tomou posse na presidência executiva da estatal no final do mês passado.
O último reajuste sobre os preços da gasolina foi realizado em 18 de junho, com aumento de 5,18%, ainda sob a gestão de José Mauro Coelho.
Em comunicado ontem, a Petrobras informou que a redução acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, “que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina”.
Segundo a companhia, a medida é coerente com sua prática de preços, que busca o equilíbrio junto ao mercado global, mas também repassa aos valores internos a volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.
A estatal afirmou ainda que, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A (pura) e de 27% de etanol anidro para a composição da gasolina, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará, em média, de R$ 2,96 para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba.
A redução de R$ 0,20 anunciada, porém, ficou abaixo da diferença positiva entre os preços praticados no Brasil e os do mercado internacional. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), na segunda-feira, antes do anúncio da Petrobras, o preço interno estava R$ 0,30 acima do produto importado.
Com diversos acontecimentos em todo o mundo que têm impacto direto na oferta e demanda do produto – como a guerra na Ucrânia, expectativa de recessão da economia global e lockdowns na China causados pela Covid-, as cotações do petróleo têm apresentado forte volatilidade.
Na segunda-feira, o petróleo Brent, usado como referência pela Petrobras, fechou com alta 5%. No dia 12, havia recuado 7,11%, ficando abaixo de US$ 100 pela primeira vez em três meses.
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