Gastos com alimentação e bebidas devem crescer cerca de 10% em Minas Gerais; veja os motivos

Ocupando um lugar de destaque nas despesas das famílias mineiras, os gastos com alimentação e bebidas dentro e fora de casa em Minas Gerais deverão crescer 9,9% este ano, se comparado ao ano passado. O Estado é o segundo que mais deve gastar nos segmentos conforme o ranking nacional, perdendo apenas para São Paulo..
Minas Gerais deverá responder por R$ 110,8 bilhões dos gastos, o que corresponde a uma fatia esperada de 11% das despesas das famílias brasileiras no setor. São Paulo deverá liderar os gastos respondendo por 26%, ou R$ 259,5 bilhões em despesas.
Os dados e projeções são da Pesquisa IPC Maps, publicada anualmente pela IPC Marketing Editora, empresa que utiliza metodologias exclusivas para cálculos de potencial de consumo dos brasileiros, com base em dados oficiais como os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O volume de gastos previstos no Estado é quase 10% maior que o do ano passado, quando os mineiros gastaram R$ 100,8 bilhões em alimentação e bebidas. Um acréscimo que pode ser justificado pelo bom desempenho da economia, conforme o diretor da IPC Marketing Editora, Marcos Pazzini, responsável pela pesquisa.
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Esse crescimento além do esperado, segundo ele, em grande parte deve-se ao aumento observado do consumo das famílias atribuído às melhorias de renda da população e à diminuição do desemprego.
“Aumentou o número de empregados com carteira assinada e isso faz com que haja melhorias tanto em termos humanitários quanto na questão de estabilidade. A pessoas, sabendo que vão receber aquele valor, assumem dívidas, compram mais, inclusive, produtos um pouco mais caros ou de maior valor agregado”, explica.
O calor intenso é outro ponto considerado por Pazzini. Na análise dele, as altas temperaturas são convidativas para saídas e confraternizações com os amigos, além do maior consumo de bebidas em função do calor.
“Você observa que na pesquisa a previsão de aumento em Minas Gerais no grupo ‘alimentação fora do domicílio’ é 9,3%, acima do previsto para o Brasil que é de 9,1%”.
Quando analisados só os dados de Belo Horizonte, o acréscimo projetado é de 5,5%. As famílias da capital mineira deverão gastar cerca de R$ 17,4 bilhões frente aos R$ 16,5 bilhões de 2023.
Nos cálculos, são levadas em conta despesas com alimentação e bebidas no domicílio, como alimentos in natura, industrializados, preparados e agregados como sacolão, varejão, além de bebidas e infusões como sucos artificiais, cafés moídos e solúveis, chás, refrigerantes, cervejas, aguardentes, vinhos e outras bebidas alcoólicas.
Mas também são consideradas as despesas com a alimentação e bebidas fora de casa, como refeições, lanches, cafés da manhã, refrigerantes, cafezinhos, caldos, cervejas, chopes e outras bebidas alcoólicas.
Crescimento de unidades alimentícias deverá ser maior em Minas do que no Brasil
Com a previsão de ascensão de consumo em quase todo o País, a pesquisa também estima alta na quantidade de unidades de serviços alimentícios. Segundo a IPC Maps, em Minas Gerais 6,7 mil novas unidades deverão ser abertas até o final do ano. Isso representaria um acréscimo de 4%, totalizando mais de 178 mil unidades de serviços alimentícios por aqui.
Essa projeção de alta é maior que a prevista para o Brasil. De 2023 para cá, 43.826 novas unidades deverão ser abertas até o final do ano no País, representando um acréscimo de 2,7% e totalizando 1,6 milhão de estabelecimentos no geral.
Porém, Marcos Pazzini ressalta que, ao observar esses números, fica claro que o setor ainda encontra dificuldades para voltar à sua normalidade depois da pandemia.
“Durante a pandemia, várias padarias, lanchonetes e restaurantes tiveram que ficar fechados e muitas dessas empresas acabaram fechando as portas. O setor de serviços foi um dos que mais sofreu. Contudo, neste momento, você percebe que, apesar do crescimento médio do consumo bater os 10% no Estado, o crescimento do número de estabelecimentos para atender essa demanda da população está aquém. Em Minas são 4% e no Brasil, só 2,7%”, diz.
Projeção de despesas nacionais com o setor é de mais de R$ 1 trilhão
Se levarmos em consideração todo o País, as despesas das famílias brasileiras com alimentação e bebidas dentro e fora do domicílio deverão somar, até o final de 2024, mais de R$ 1 trilhão. O volume representa um acréscimo de 9,3% em relação ao ano passado, quando o setor respondeu por R$ 929,5 bilhões.
A maior alta prevista de crescimento foi atribuída ao Distrito Federal que, na comparação com o ano passado, contabilizará acréscimo de cerca de 26% nas despesas do setor, resultando em mais de R$ 17,1 bilhões desembolsados pelas famílias.
Os estados que perderão presença neste mercado serão Amapá, Roraima e Rondônia, que possuem uma queda de gastos previstas em 11,5%, 8,6% e 4,6%, respectivamente.
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