Geração de energia solar cresce em MG

Minas Gerais deve registrar, neste ano, um significativo aumento de 1,8 gigawatts (GW) na capacidade instalada de geração centralizada de energia solar fotovoltaica. A projeção é da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Caso a estimativa se concretize, haverá um crescimento de mais de 80% da participação desta fonte na matriz elétrica do Estado.

Atualmente, a potência total operada pelas grandes usinas solares em Minas é de 1,9 GW – quase a mesma capacidade prevista para ser instalada somente em 2023. O Estado, inclusive, lidera o ranking nacional, à frente de unidades federativas relevantes na modalidade centralizada, como Piauí (1,4 GW) e Bahia (1,3 GW). Os dados são de um mapeamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Também vale ressaltar que Minas lidera com folga a potência de usinas em construção (1,6 GW) e já outorgadas (30,4 GW). Entre os projetos previstos para liberação de operação comercial neste ano está o da Mercury Renew, em Várzea de Palma (Norte do Estado). Conforme divulgado anteriormente pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, a companhia ainda está construindo outra usina no município e uma terceira em Paracatu (Noroeste) – ambas devem operar a partir de 2024.

Mas a expansão não para por aí. Em maio do ano passado, a Shell Energy assinou um protocolo de intenções em que prevê investimento de R$ 7 bilhões na construção de cinco usinas solares. As cidades que receberão os complexos da companhia britânica são: Corinto (Central); Arinos e Brasilândia de Minas (Noroeste), Janaúba e Várzea da Palma (Norte).

O diretor de relações institucionais da Genyx e coordenador estadual da Absolar, Bruno Catta Preta, explica que alguns fatores ajudam o Estado a largar na frente dos demais quando se trata de energia solar. Entre eles, estão a alta disponibilidade de terrenos para construir as fazendas solares, uma legislação estadual favorável à instalação e os bons índices solarimétricos da região.

“Investimentos em energia solar, além de gerar emprego de qualidade, beneficiam toda uma cadeia produtiva com um aumento do movimento do comércio local nos arredores das instalações. Quando é feita uma instalação, principalmente de grandes usinas centralizadas, são feitos investimentos vultosos e toda a cidade é beneficiada com a movimentação, como por exemplo, hotéis, postos de gasolina, lanchonetes e restaurantes”, ressalta.

Já há algum tempo, Minas também ocupa o posto de líder na geração distribuída de energia solar fotovoltaica, com 2,3 GW de potência instalada. Na sequência aparecem São Paulo (2,1 GW) e Rio Grande do Sul (1,8 GW). O crescimento do setor como um todo é reflexo de grandes investimentos, sendo que para este ano estimam-se aportes de até R$ 10 bilhões.

Expansão nacional

O setor de energia solar fotovoltaica também tem elevado a sua participação na matriz elétrica brasileira. Conforme previsto pela Aneel e pelo Ministério de Minas e Energia, o País deve ter um recorde na ampliação da potência de geração de energia centralizada em 2023 (10,3 GW), sendo mais de 90% desse total proveniente de usinas de fonte eólica e solar.