Geração de usina no Pará será impactada
Brasília – Com capacidade instalada de 11,2 gigawatts, a usina de Belo Monte recebeu investimentos de mais de R$ 35 bilhões. As novas premissas de vazão em avaliação no Ibama, se adotadas em definitivo, poderiam reduzir fortemente o fluxo de água para as turbinas de Belo Monte principalmente até maio.
Em fevereiro, por exemplo, a usina precisaria liberar uma vazão mínima mensal na Volta Grande do Xingu de 10,9 mil m³/s, contra 1,6 mil m³ do chamado “hidrograma de consenso”, aprovado durante o licenciamento ambiental do empreendimento.
O ONS estimou à Reuters que a perda média de geração para a usina com a nova vazão de janeiro a julho poderia somar entre 17,4 mil e 21,18 mil megawatts médios, o suficiente para abastecer o Sudeste/Centro-Oeste por cerca de 15 dias.
Uma menor produção da usina também impactaria negativamente outros investidores, uma vez que afetaria o desempenho de um mecanismo de compartilhamento de riscos de geração entre todas hidrelétricas do país, o chamado MRE, destacou a Norte Energia.
A eventual mudança no fluxo de águas ainda teria como efeito colateral um subaproveitamento de linhões de transmissão construídos entre o Norte e o Sudeste do país para escoar a produção da mega usina, disse à Reuters o sócio da consultoria Thymos Energia, Alexandre Viana.
“Teria vários meses em que água nenhuma chegaria para (as turbinas de) Belo Monte dentro desse hidrograma… significaria, na prática, uma menor transmissão de energia no linhão, uma obras super debatida nos últimos anos, uma linha importante para o sistema”, afirmou.
Os dois linhões de eletricidade em ultra-alta tensão entre o Pará e o Sudeste demandaram investimentos de cerca de R$ 15 bilhões. (Reuters)
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