Economia

Geração própria de energia solar em Minas soma quase R$ 20 bi em investimentos

Estado superou a marca de 3,9 gigawatts de potência instalada em telhados e pequenos terrenos
Geração própria de energia solar em Minas soma quase R$ 20 bi em investimentos
Crédito: Divulgação/BDMG

Nos últimos 12 anos, a geração própria de energia solar já proporcionou para Minas Gerais a atração de R$ 19,7 bilhões em investimentos, geração superior a 117 mil empregos e uma arrecadação de R$ 5,8 bilhões aos cofres públicos. Este investimento bilionário fez com que o Estado superasse a marca de 3,9 gigawatts de potência instalada na geração própria de energia solar em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, segundo apontou o último mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

No levantamento anterior, feito em fevereiro de 2024, Minas Gerais tinha recebido R$ 17,6 bilhões em aportes e contava com 3,4 gigawatts de potência instalada na geração própria de energia solar. Atualmente, o território mineiro possui mais de 299 mil conexões operacionais, espalhadas por 853 cidades, cobrindo 100% dos municípios com produção própria de energia solar.

O Estado conta com mais de 687 mil consumidores de energia elétrica que já contabilizam alguma redução na conta de luz, maior autonomia e confiabilidade elétrica.

Para o coordenador estadual da Absolar em Minas Gerais, Bruno Catta Preta, o incremento nos aportes em Minas Gerais se deve ao fato de que a energia solar está ficando cada dia mais conhecida. “Com o acesso mais fácil e a redução nos custos dos equipamentos, a energia solar está ficando mais acessível, sem contar que as pessoas têm dado mais valor em relação à economia e durabilidade dos equipamentos, que ainda contam com garantia de 25 anos”, apontou.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Bruno Catta Preta
Para Catta Preta, o incremento nos aportes em Minas se deve à maior popularidade da energia solar | Crédito: Divulgação ABSolar

Ainda segundo Catta Preta, o segmento conta com uma grande margem para crescimento em Minas Gerais, uma vez que o Estado possui 9,9 milhões de unidades consumidoras de energia, mas apenas 6,9% delas participam da geração de energia solar fotovoltaica. Mesmo com muito campo para crescimento, a legislação ainda precisa evoluir, pois tudo é muito novo.

“Quando falamos da Capital, esse índice é menor ainda, ficando em torno de 4%. Entretanto, o mercado está amadurecendo e as perspectivas para o setor são muito boas. Minas Gerais é atualmente um importante centro de desenvolvimento da energia solar, sem contar que a tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, destacou

Por conta desses fatores, o avanço da energia solar tanto em Minas Gerais quanto no País é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil e ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco da ocorrência de bandeira vermelha na conta de luz da população, afirmou.

Com relação a crédito para entrar no mercado de energia solar, o coordenador reforça que hoje está mais fácil conseguir capital para investir na geração própria de energia solar.

“Hoje, todos os bancos têm linhas de crédito voltada para energia solar fotovoltaica, inclusive um crédito mais em conta que os normais. O Banco do Brasil, por exemplo, tem o Finame, que é uma linha de crédito especial, com carência de seis meses para começar a pagar e juros bem em conta. O banco do Nordeste também conta com juros bem acessíveis para energia solar. O importante é que hoje todas as instituições bancárias oferecem recursos para quem quer investir na energia solar”, destacou.

Muitas vezes, o valor de prestação sai mais em conta do que é pago para a concessionária de energia. “Com isso, o risco para o banco é mínimo, uma vez que ele pode colocar o equipamento como garantia e não se trata de uma prestação nova. É deixar de pagar à fornecedora para custear o financiamento feito junto ao banco.”, considerou.

De acordo com ele, o mundo inteiro está buscando incluir a energia solar fotovoltaica na sua matriz energética e o Brasil já tem uma matriz limpa e renovável por natureza. “Afinal de contas, a principal fonte da nossa matriz ainda é a hídrica. Só que, pela primeira vez na história, a fonte hídrica caiu de 50% para 47%, enquanto a solar vem em crescimento e já chegou a 19%. E a terceira fonte é a eólica. Isso é algo que temos que ter orgulho e o governo precisa incentivar esse movimento de geração de energia solar”, considerou.

Para o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, o crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade e o protagonismo internacional do Brasil alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros.

“A fonte solar é uma alavanca para o desenvolvimento do País. Em especial, temos uma imensa oportunidade de uso da tecnologia em programas sociais, como casas populares do programa Minha Casa Minha Vida, na universalização do acesso à energia elétrica pelo programa Luz para Todos, bem como no seu uso em prédios públicos, como escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias, bibliotecas, museus, parques, entre outros, ajudando a reduzir os gastos dos governos com energia elétrica para que tenham mais recursos para investir em saúde, educação, segurança pública e outras prioridades da sociedade brasileira”, concluiu o dirigente.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas