Economia

Golpes financeiros e 123 Milhas estão entre as maiores queixas dos consumidores em MG; veja ranking

Confira a lista completa das principais reclamações do público, divulgada na Semana do Consumidor
Golpes financeiros e 123 Milhas estão entre as maiores queixas dos consumidores em MG; veja ranking
Crédito: Adobe Stock

Com o Dia do Consumidor, celebrado nesta sexta-feira (15), se aproximando, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) divulgou uma pesquisa que revela quais os setores concentram a maior parte das reclamações dos consumidores mineiros.

O balanço do Procon Assembleia foi divulgado durante audiência pública realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte na ALMG, nesta quarta (13).

O momento é oportuno, uma vez que na Semana do Consumidor o público está mais atento às práticas do comércio para aproveitar as melhores ofertas.

O coordenador-geral do Procon Assembleia, Marcelo Rodrigo Barbosa, apresentou os principais dados, incluindo as 1.745 notificações ou reclamações formais registradas no órgão durante o último ano.

Confira o ranking dos setores com mais reclamações dos consumidores:

  1. Empréstimo consignado
  2. Cartão de crédito 
  3. Agências de turismo/pacotes/hotéis/pousadas
  4. Combo (telefonia, TV por assinatura e internet)
  5. Eletrodomésticos e eletroeletrônicos
  6. Telefonia celular
  7. Veículos (carros, motos, veículos automotores) 
  8. Empréstimo pessoal
  9. Vestuário (roupas, calçados, bolsas, acessórios)
  10. Telefonia fixa 

Golpes envolvendo principalmente empréstimos consignados e cartões de crédito, que figuram no topo da lista, contribuem para o problema do superendividamento, uma questão frequente nos atendimentos do Procon Assembleia, segundo Barbosa.

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O relatório também identifica a cobrança de dívidas como o principal problema relatado pelos consumidores em 2023, seja de forma indevida, duvidosa, abusiva, constrangedora ou ameaçadora, muitas vezes, levando à negativação injusta do consumidor.

Diretor do Proncon nomeia serviços e produtos que mais recebem reclamações
Marcelo Barbosa relacionou a negligência das instituições bancárias ao índice de resolutividade de 63,38% dos casos em 2023 | Crédito: Henrique Chendes

A presença do setor de turismo entre os três principais alvos de reclamações está diretamente ligada ao escândalo envolvendo a empresa 123 Milhas, que deixou milhares de clientes em todo o País no prejuízo.

“Inicialmente, conseguimos resolver alguns casos por meio de negociações, mas agora isso não é mais viável, pois os processos estão sendo tratados de forma coletiva pelo Judiciário. A empresa está falida e a maioria dos consumidores ainda espera por uma solução”, lamenta Barbosa.

Veja, também, os 5 produtos que geram mais reclamações entre consumidores

  • Eletrodomésticos e eletroeletrônicos 
  • Veículos (carros, motos, veículos automotores)
  • Vestuário (roupas, calçados, bolsas, acessórios)
  • Aparelhos telefônicos 
  • Móveis, armários e cozinhas planejadas

O setor de serviços também é alvo das críticas do consumidor. Confira quais queixas mais causaram dor de cabeça no último ano:

  1. Agências de turismo/pacotes/hotéis/pousadas 
  2. Estabelecimentos de ensino 
  3. Planos de saúde/clínicas/consultórios 
  4. Companhias aéreas/passagens aéreas 
  5. Profissionais autônomos e liberais

Negligência dos bancos em casos de golpes explica queda na taxa de resoluções

Localizado na região Central de Belo Horizonte, o Procon Assembleia contabiliza mais de 2 milhões de atendimentos em diferentes formatos ao longo de sua história.

Segundo Barbosa, somente em 2023, a taxa de resolução de casos ficou em 63,38%, o que representa uma queda em relação aos últimos anos. Ele atribui isso à crescente incidência de golpes financeiros, muitos dos quais estão relacionados à negligência das instituições bancárias.

“Normalmente, não conseguimos um acordo com os bancos no Procon Assembleia. O argumento deles é que a culpa é do consumidor, e aí o jeito é levar o caso para a Justiça. Se o golpista ligou para o cliente do banco é porque algum dado já vazou”, explica. Não por acaso, situações envolvendo os bancos são as que lideram o ranking de queixas dos consumidores.

O coordenador-geral destaca que o Código de Defesa do Consumidor é claro nessas situações. “Os clientes bancários devem ter garantias de segurança de seus dados ao lidar com essas instituições. Felizmente, a maioria dos juízes têm entendido isso e, na maioria dos casos, o consumidor sai vitorioso”, completa.

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