Economia

Base de cálculo do ICMS dos combustíveis continuará congelada por 60 dias

Decisão foi anunciada ontem pelos governadores
Base de cálculo do ICMS dos combustíveis continuará congelada por 60 dias
Crédito: Pilar Olivares/Reuters

Brasília – Governadores decidiram ontem prorrogar por mais 60 dias o congelamento do ICMS que incide sobre os combustíveis, uma semana após terem anunciado o fim dessa medida, que foi adotada em outubro e vigoraria até o final deste mês, em meio ao embate que têm travado com o governo federal em relação à suposta responsabilidade pelo alto preço do insumo no País.

Segundo nota pública subscrita por 21 dos 27 governadores, a decisão deve ser confirmada oficialmente nesta quinta-feira (27), quando está marcada uma reunião do Confaz, conselho que reúne os secretários de Fazenda dos estados e do Distrito Federal para discutir o assunto.

No comunicado, os signatários dizem que consideram imprescindível prorrogar o congelamento pelos próximos dois meses até que “soluções estruturais para a estabilização dos preços desses insumos sejam estabelecidas”, citando um projeto de lei em tramitação no Senado desde o ano passado que poderia reduzir o preço do insumo.

“Por fim, ao ressaltar que esta proposta traduz mais um esforço com o intuito de atenuar as pressões inflacionárias que tanto prejudicam os consumidores, sobretudo no tocante às camadas mais pobres e desassistidas da população brasileira, enfatizam a urgente necessidade de revisão da política de paridade internacional de preços dos combustíveis, que tem levado a frequentes reajustes, muito acima da inflação e do poder de compra da sociedade”, afirmou a nota.

Entre os apoiadores da mudança estão governadores de todas as regiões do País como São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Ceará, Piauí e Goiás.

Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador no Fórum Nacional de Governadores, se trata de um “gesto para o diálogo e entendimento”.

“(Que) possamos tratar do tema e encontrar um caminho para evitar aumentos tão elevados nos preços dos combustíveis, que pesam no bolso do povo, das empresas e impactam e contribuem para o crescimento da inflação”, disse Dias.

PEC – Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em elaboração pelo governo vai permitir que governantes, tanto no âmbito federal como estadual, possam reduzir ou mesmo zerar impostos que incidem sobre combustíveis, energia elétrica e gás de cozinha. Ele, entretanto, não detalhou as mudanças na tributação.

Na semana passada, Bolsonaro havia dito que negociava com o Congresso uma PEC que poderia reduzir PIS-Cofins, federais, que incidem sobre os combustíveis.

O presidente tem dito que o ICMS é o vilão do alto preço dos combustíveis e tem cobrado mudanças na sua forma de tributação.

Em outro movimento desse debate, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já afirmou que pretende pautar a partir da próxima semana um projeto, já aprovado na Câmara, que tornaria fixo por um ano o ICMS que incide sobre os combustíveis. (Reuters)

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