Governo cria canal de denúncia após preços recuarem pouco nas bombas

Rio – Dois levantamentos de preços divulgados ontem apontam que, uma semana após cortes realizados pela Petrobras em suas refinarias, o setor de combustíveis ainda não repassou integralmente as baixas ao consumidor.
Para forçar o repasse, o Ministério da Justiça lançou um canal de denúncia sobre preços abusivos, gerando reação entre donos de postos, que questionam tentativa de controlar os preços do setor.
Com pesquisa em mais de 20 mil estabelecimentos pelo Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade diz que, em uma semana, o preço da gasolina caiu R$ 0,22 por litro e o diesel S-10 ficou R$ 0,25 por litro mais barato. Já a empresa de pagamentos automáticos Sem Parar utilizou dados de venda de 3,7 milhões de litros para concluir que o preço médio da gasolina em São Paulo caiu R$ 0,11 por litro desde o corte nas refinarias.
No último dia 17, a Petrobras cortou o preço da gasolina em suas refinarias em R$ 0,40 por litro. O preço do diesel caiu R$ 0,44 por litro. A empresa estimou que o repasse da primeira às bombas seria de R$ 0,29 por litro. No diesel, esperava queda de R$ 0,39 por litro.
O governo diz que, até as 17h de terça (23), havia recebido 1.059 relatos, de todos os estados e do Distrito Federal. Minas Gerais aparece em primeiro na lista, com 149 denúncias. .
“Se diminuiu na refinaria, vai ter que diminuir no bolso dos consumidores”, afirmou, em nota, o secretário Wadih Damous. O governo promete investigar “eventuais práticas abusivas e aplicar as sanções cabíveis aos infratores, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor”.
“O que são preços abusivos?”, questionou, em nota a Fecombustíveis, que reúne os sindicatos de revendedores de combustíveis no país, lembrando que desde 1997 não há controle de preços dos produtos.“ (Nicola Pamplona)
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