Governo de Minas certifica o APL de Muriaé

O polo de confecções de Muriaé, na Zona da Mata mineira, recebeu, nos últimos dias, o reconhecimento enquanto Arranjo Produtivo Local (APL), concedido pelo governo do Estado. O título tem como objetivo fortalecer ‘aglomerações’ de empresas que se desenvolvem em uma mesma atividade, em territórios próximos, e que se relacionam para buscar avanços mútuos, como é o caso da geração de renda e emprego. A expectativa das empresas inseridas no arranjo é, por exemplo, acessar linhas de crédito com condições facilitadas, além de ter mais visibilidade para formar novos negócios.
A oficialização dessa estrutura instalada na região de Muriaé, formada também pelos municípios de Eugenópolis, Laranjal, Miraí, Patrocínio do Muriaé e Recreio é uma construção idealizada há anos. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Muriaé, Cezar Bianchi, nas últimas duas décadas, aproximadamente, os empresários e os diferentes poderes da sociedade se organizaram para unir o setor e formar mão de obra para atender à demanda, um primeiro passo que culminou na certificação do polo.
Com a formação do APL, as mais de 400 empresas que estão nos municípios integrantes, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sede), terão como benefícios a redução de impostos e taxas diferenciadas de juros para tomada de empréstimos.
“A certificação é importante para a negociação com bancos e poder público, junto aos grandes compradores. Nós, agora, somos uma indústria reconhecida de forma organizada, e isso gera muita visibilidade”, afirmou Bianchi.
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Nesse mesmo sentido, o delegado regional de Muriaé no Sindicato das Indústrias de Vestuário (Sindivest-MG), Leonardo Morcerf Veronez, apontou que a caracterização dessa importante atividade está nas melhorias que podem chegar por meio de investimentos na região e na possibilidade de os empresários formarem capital de giro diante do acesso a linhas de crédito mais competitivas e vantajosas.
Veronez lembra que, em evento recente na capital mineira, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) afirmou que já estuda uma linha de crédito específica para APLs com taxas de juros mais baixas, o que tem potencial para contribuir para o fortalecimento do setor têxtil na Zona da Mata, e em 49 outros arranjos já reconhecidos em Minas Gerais, ainda de acordo com informações da Sede.
Emprego e renda
Ainda de acordo com Veronez, o setor têxtil é hoje o segundo maior empregador em Minas Gerais, sendo que a contribuição do Estado no cenário nacional chega a 13%. Os dados da Sede e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Muriaé dão conta de que a região que compreende o polo emprega 11 mil pessoas, sendo que o número representa quase 10% da população de Muriaé, com cerca de 124 mil habitantes.
Como diversos outros setores, a indústria têxtil enfrenta os desafios relacionados à inflação e à redução do poder aquisitivo da população brasileira e mineira, que se somam, ainda, ao conflito no Leste europeu e às incertezas do cenário eleitoral.
“O nosso setor está respondendo bem à demanda, mesmo depois do susto que é a pandemia da Covid-19. Em 2020 e 2021, as indústrias que trabalham com a linha noite tiveram um desempenho positivo, porque houve aumento de consumo. Isso porque, basicamente, as pessoas consumiram as coisas para ficar em casa”, considera o delegado regional de Muriaé no Sindicato das Indústrias de Vestuário (Sindivest-MG), Leonardo Morcerf Veronez.
Para os próximos meses, o setor aposta em datas como o Dia das Mães, quando tradicionalmente a venda de pijamas aumenta, além de uma venda constante de artigos de cama, mesa e banho, acentuada durante a pandemia e que segue performando positivamente ao longo de todo o ano.
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