Governo de MG tenta manter leilões do metrô e da Ceasa
O secretário de Estado de Infraestrutura (Seinfra), Fernando Marcato, reuniu-se, na tarde de ontem, com o senador Alexandre Silveira (PSB), que faz parte da equipe de transição do governo Lula na área de infraestrutura. Em pauta, a discussão sobre a continuidade do processo de leilão do metrô de Belo Horizonte e da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S/A (Ceasa Minas).
No último dia 27, o Partido dos Trabalhadores (PT) já havia entrado na Justiça com um pedido de suspensão do processo da central de abastecimento mineira. Os dois leilões estão marcados para o dia 22 de dezembro.
O secretário reiterou que os leilões são uma forma de garantir os investimentos que são tão aguardados pela população para tornar possíveis, por exemplo, as obras de ampliação do metrô e a construção de uma nova linha. Marcato saiu satisfeito da reunião e confirmou ao DIÁRIO DO COMÉRCIO que Alexandre Silveira colocou-se à disposição para ser o mediador entre os governos federal e estadual nessas questões. Ele reiterou o fato de que a equipe de transição também vê o tema como prioritário, segundo informações do senador, e confirmou que novas reuniões devem ser marcadas futuramente.
Marcato também declarou que os projetos devem ser mantidos e que Silveira irá discutir com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, sobre os próximos passos. Quanto à ação do PT, o secretário defende que não havia necessidade da ação para suspensão do leilão da Ceasa Minas, pois esse processo já está em andamento há dois anos e trará benefícios à população como a construção da linha Nova Suíça-Barreiro.
Segundo o deputado Rogério Correia (PT), a ação do seu partido impetrada na Justiça levou em consideração um possível prejuízo de desabastecimento, pois não se sabe o que será instalado na central mineira, e o fato do terreno, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), não pertencer à União. O parlamentar explicou que o local está em litígio com a Prefeitura Municipal de Contagem, onde se localiza a Ceasa Minas.
Portanto, conforme Correia, o motivo da ação de suspensão é para dar mais tempo para que essas questões sejam discutidas e para que o debate sobre o processo e suas consequências nas políticas de abastecimento possa ocorrer com mais calma e o novo governo possa tomar uma decisão.
Quanto ao metrô de Belo Horizonte, o deputado defende que também haja um adiamento no processo de concessão à iniciativa privada. Ele alega que não dá para saber o que vai acontecer, afinal, não houve indicativos de como o serviço possa ser subsidiado, o que poderá aumentar o preço das passagens.
O deputado petista também destacou que não há nenhuma garantia sobre a construção das linhas do Barreiro ou a expansão da atual malha. “É mais uma promessa, como várias outras já foram feitas”, afirmou Rogério Correia.
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