Economia

Governo deve manter faixa de isenção do IRPF em dois salários mínimos

Declaração foi dada pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello
Governo deve manter faixa de isenção do IRPF em dois salários mínimos
Crédito: Reprodução Adobe Stock

Brasília – O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirma à reportagem que o governo vai garantir em 2025 a correção da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em dois salários mínimos.

“Corrigimos para dois salários mínimos, estamos mantendo e vamos manter isso”, diz o secretário. Ele foi questionado pela reportagem sobre a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não contar com a correção no Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) de 2025, enviado na semana passada ao Congresso Nacional.

“Mas vai ter, fique tranquilo que, assim como não estava no anterior, a gente faz”, diz. Segundo ele, haverá medidas de compensação da perda de arrecadação com a correção da tabela.

Como o Ploa aumenta o valor do salário mínimo em 2025 para R$ 1.509, se quiser manter a isenção para os trabalhadores com renda até dois salários mínimos, o governo terá que corrigir o limite para R$ 3.018.

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Em 2024, o presidente Lula aumentou a faixa de isenção e, com isso, a pessoa física com remuneração mensal de até R$ 2.824 (dois salários mínimos) está isenta de pagar o imposto neste ano.

Em 2023, o governo promoveu a primeira elevação do limite de isenção, após oito anos de congelamento da tabela. O valor, no entanto, segue distante da promessa de campanha do presidente Lula de elevar a isenção para quem ganha até R$ 5.000.

A falta de atualização da tabela faz com que os brasileiros paguem cada vez mais Imposto de Renda, retirando dinheiro das famílias.

A equipe econômica quer tratar o tema da cobrança do IRPF na primeira etapa da reforma da renda, que deverá ser enviada ao Legislativo até o final do ano. A ideia é dar alívio tributário para a classe média.

“Não podemos esquecer que não vinha tendo correção na tabela há muitos anos”, diz o auxiliar do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Na discussão da reforma da renda da pessoa física, Mello disse que o governo tenta atender a demanda do presidente Lula, que terá um impacto econômico positivo, porque aumenta a renda disponível da classe trabalhadora e, ao mesmo tempo, amplia a progressividade do sistema. Ou seja, fazer quem ganha mais pague proporcionalmente mais imposto do que os de renda menor. Hoje, o sistema é regressivo.

“Para garantir que ao longo da curva você tenha uma alíquota efetiva progressiva e não como é hoje. Tudo isso está sendo calculado”, ressalta.

Reportagem distribuída pela Folhapress

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