Economia

Governo leiloa 3º lote de rodovias e grupo vence mais uma vez

Único interessado no projeto Varginhas-Furnas, o consórcio Infraestrutura MG já havia vencido, ainda no ano passado, o certame dos lotes 1 e 2
Governo leiloa 3º lote de rodovias e grupo vence mais uma vez
O consórcio vencedor ficará responsável por 432,8 quilômetros de rodovias e investirá cerca de R$ 2,6 bilhões ao longo da concessão | Crédito: Cauê Diniz/B3

O governo de Minas Gerais realizou nesta quinta-feira (25), na Bolsa de Valores (B3), o leilão para concessão das rodovias do lote 3 (Varginha-Furnas) do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado. O vencedor do certame foi o antigo consórcio Infraestrutura MG, formado pela empresa Equipav e pela gestora Perfin. O grupo recentemente passou a se chamar EPR.

Conforme o DIÁRIO DO COMÉRCIO adiantou, em função de fatores macroeconômicos, o projeto contou com apenas um interessado. A ganhadora EPR ofereceu uma tarifa básica de pedágio de R$ 13,17966, quase sem desconto em relação aos R$ 13,20343, valor máximo previsto em edital. Vale lembrar que o valor mínimo previsto era de R$ 10,56274.

Com o martelo batido, o grupo deve assumir o corredor rodoviário entre São Sebastião do Paraíso e Três Corações pelo prazo de 30 anos. O trecho contempla 432,8 quilômetros e percorre 22 municípios. As rodovias são: MG-167 (43,8 km), BR-265 (64,6 km), LMG-863 (5,0 km), MGC-491 (228,1 km), BR-146 (27,2 km) e MGC-369 (64,1 km).

Ao longo de todo o contrato, o consórcio ficará responsável pelos serviços de operação, manutenção e conservação dos trechos. A empresa também deverá realizar duplicação, a implantação de faixas adicionais e acostamentos, além da execução de dispositivos nas interseções rodoviárias. No período haverá investimentos de cerca de R$ 2,6 bilhões, sendo que apenas nos primeiros oito anos projetam-se aportes da ordem de R$ 1,3 bilhão.

Grupo arrematou outros dois lotes de rodovias

A própria EPR ganhou, ainda em 2022, os lotes 1 (Triângulo Mineiro, com 627 km de rodovias) e 2 (Sul de Minas, com 454,3 km). Em coletiva de imprensa após o leilão, o diretor-presidente do grupo, José Carlos Cassaniga, disse que houve uma identificação da empresa com o Programa de Concessões Rodoviárias do Estado, o que motivou o interesse.

Segundo ele, o consórcio se identificou com a evolução no aprimoramento de regulagem e modelagem dos projetos. Além disso, observou que os investimentos são transformadores para as regiões ao recuperar pistas, pontes e viadutos, duplicar e criar novas faixas, e mantê-las em bom estado. Ele ainda citou a sinergia entre os lotes como motivação.

“Vimos também que, por estarmos nas duas regiões, tínhamos alguma sinergia, sobretudo administrativa, com ganhos de escala na aquisição de insumos, na montagem de serviços operacionais e na contratação de obras de investimentos. Tudo isso fez com que ficássemos convictos de que esse projeto também faria sentido para nossa plataforma”, ressaltou.

Lote Ouro Preto enfrenta desafios e ainda pode sofrer alterações

Na esteira das próximas concessões rodoviárias está o lote Ouro Preto. Em seu formato original, ele abrange as rodovias BR-356, MG-262 e MG-329, contempla 190,3 km e corta 11 municípios. Embora esteja na lista, o projeto enfrenta desafios e pode sofrer alterações.

Em recente entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, a coordenadora de Concessões e Parcerias da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), Fernanda Alen, disse que a equipe do governo está fazendo refinamentos e conversando com o mercado para entender se existe apetite pelo trecho. Questionado sobre o assunto na coletiva, o vice-governador, professor Mateus Simões (Novo), confirmou que o lote está sendo revisto.

“O lote Ouro Preto apresenta alguns desafios na modelagem econômica que está sendo revisada, porque não adianta imaginarmos que qualquer tarifa (de pedágio) sirva. Temos que fazer com que essa tarifa funcione para quem usa o trecho. Então estamos fazendo a revisão. A nossa expectativa é que ao longo dos próximos meses, no início do segundo semestre ainda, tenhamos condições de tomar uma decisão sobre o encaminhamento desse lote”, disse.

Ainda de acordo com ele, outro fator que pode impactar mudanças se trata do acordo pela reparação do rompimento da barragem de Fundão. Isso porque o projeto envolve Mariana, município epicentro do desastre. Segundo Simões, se a negociação caminhar na velocidade que o governo federal parece apontar, é possível que se tenha alterações no tamanho do trecho e até no custo do pedágio, visto que poderia haver um maior fluxo de investimentos.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas