Economia

Preço do gás natural cai pela 2ª vez consecutiva em Minas Gerais

Em vigor a partir desta terça-feira (4), a redução busca aumentar a competitividade do insumo no Estado e reflete a queda no custo de aquisição do gás pela Gasmig
Preço do gás natural cai pela 2ª vez consecutiva em Minas Gerais
Foto: Ana Torres / Sede-MG

As tarifas do gás natural fornecido pela Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) foram reduzidas neste mês, conforme resolução publicada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (4). Os novos valores já estão em vigor e terão validade de três meses.

Entre os principais segmentos, o setor industrial recebeu uma redução de 5,13%, enquanto o gás natural veicular (GNV) vendido aos postos de abastecimento caiu 4,38%. De acordo com a pasta, os preços para esses clientes passaram para R$ 3,0890 por metro cúbico (m³) e R$ 2,7688/m³, respectivamente. No acumulado desde janeiro, o recuo para os consumidores industriais chegou a 10,19%, ao passo que para os veiculares alcançou 10,75%.

No que se refere aos segmentos residencial e comercial, as tarifas estão mantidas até fevereiro de 2026. Os respectivos valores são de R$ 8,5005/m³ e R$ 4,0788/m³.

Segundo a Sede, as revisões negativas do gás natural refletem a queda no custo de compra do insumo e a estratégia de aquisição do energético pela distribuidora. O consultor de Mercado de Energia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Sérgio Pataca, afirma que o movimento está relacionado, sobretudo, à valorização do real frente ao dólar, mas também à diminuição do preço do barril de petróleo tipo Brent.

De fato, a nota técnica da secretaria mostra que a parcela de molécula (PM) para o mercado não urbano, após ficar praticamente estável no reajuste de maio (0,10%), caiu significativamente em agosto (-15,54%) e recuou novamente em novembro (-1,92%), para R$ 1,6841/m³.

“A redução da PM pode ser explicada, principalmente, pela queda do valor médio do petróleo tipo Brent e da média trimestral do dólar, que definem a parcela de molécula do gás nos contratos vigentes entre a concessionária e seus supridores, especialmente a Petrobras e a Galp”, diz a pasta em trecho do documento.

Leia também: Petrobras reduz em 1,7% preço do gás natural para distribuidoras

Por outro lado, desde fevereiro último, a margem da concessionária sobre os valores praticados para os principais segmentos permanece inalterada. Para a indústria, por exemplo, o valor é de R$ 0,9438/m³. Já para o GNV, a Gasmig mantém R$ 0,5985/m³.

Pataca afirma que a estatal tem uma das margens mais altas do País e deveria reduzi-las. Ele diz que a entidade discute com a companhia justamente a redução desses valores.

“É necessário que a Gasmig observe esse movimento de queda no preço do produto e reduza sua margem para se tornar mais competitiva”, reitera.

O que esperar do próximo reajuste

Daqui a três meses, a Gasmig fará um novo reajuste nas tarifas do gás natural. Os valores, contudo, são difíceis de estimar, pois dependem de fatores nacionais e internacionais.

Conforme o consultor da Fiemg, é preciso acompanhar de perto o câmbio para verificar se o real continuará valorizado frente ao dólar ou se as instabilidades globais e políticas no Brasil podem resultar em um movimento contrário, o que tende a elevar os preços.

Outro ponto de observação, segundo ele, é a própria dinâmica do petróleo, que, após cair significativamente, vem alcançando certa estabilidade, mas pode voltar a subir devido a ações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+).

Principais pontos da redução da Gasmig

  • Vigência: reajuste em vigor desde 4 de novembro, com validade de três meses.
  • Setor industrial: tarifa reduzida em 5,13%, para R$ 3,0890/m³; queda acumulada no ano: 10,19%.
  • GNV (Gás Natural Veicular): redução de 4,38%, com novo valor de R$ 2,7688/m³; recuo anual: 10,75%.
  • Residencial e comercial: tarifas mantidas até fevereiro de 2026 – R$ 8,5005/m³ e R$ 4,0788/m³, respectivamente.
  • Motivos da queda: valorização do real, recuo do petróleo Brent e estratégia de compra da Gasmig.
  • Margens da Gasmig: indústria: R$ 0,9438/m³; GNV: R$ 0,5985/m³.
  • Próximo reajuste: previsto para fevereiro de 2026, dependendo do câmbio e do mercado internacional de petróleo (Opep+).

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