Economia

Governo pretende lançar IPO de braço digital da Caixa

Governo pretende lançar IPO de braço digital da Caixa
Crédito: Pilar Olivares/Reuters

Brasília – O governo planeja listar na bolsa o braço digital criado para distribuir o auxílio emergencial, indicou ontem o ministro da Economia, Paulo Guedes.

A oferta inicial de ações (IPO) será do Caixa Tem, aplicativo da Caixa Econômica Federal para movimentação de benefícios, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto.

Autoridades do governo já têm tratado da operação com o Banco Central, acrescentou a fonte. A ideia é que o Caixa Tem se torne uma subsidiária independente, com mais produtos.

No mês passado, a Caixa já havia divulgado que pretendia expandir as operações do Caixa Tem para incluir funcionalidades como a oferta de microcrédito, seguros e cartões.

O auxílio emergencial, principal investida do governo para enfrentar a pandemia da Covid-19, tem sido pago exclusivamente pela Caixa desde abril. Com duração até dezembro, ele implicará um gasto total para a União de R$ 321,8 bilhões.

“Nós digitalizamos 64 milhões de pessoas. Quanto vale um banco com 64 milhões de pessoas? Pessoas de baixa renda, bancarizadas pela primeiríssima vez, então elas vão ser leais pelos restos de suas vidas”, disse Guedes na Milken Institute Global Conference.

“Estamos planejando um IPO desse banco digital que nós produzimos em menos de seis meses”, completou o ministro.

Com o uso do aplicativo Caixa Tem, os usuários podem movimentar valores e realizar compras em lojas por meio de um cartão de débito virtual e QR Code. Também é possível pagar contas de água, luz, telefone, gás e boletos na plataforma.

Segundo dados da Caixa, o aplicativo Caixa Tem atingiu 91,6 milhões de contas poupanças sociais digitais abertas até 9 de agosto, o que o banco classificou como “maior movimento de inclusão social, digital e financeira do Brasil”.

Além do auxílio emergencial, o aplicativo permite pagamento do saque emergencial do FGTS e do chamado BEM, benefício dentro do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que permite redução temporária de salário e jornada ou a suspensão do contrato de trabalho dos trabalhadores.

Foco em investidores – Guedes disse que esta é uma boa hora para investidores virem para o Brasil. Ele frisou o compromisso com o teto de gastos e que o governo segue engajado em sua agenda de modernização de marcos regulatórios e que criará um mecanismo de hedge cambial para investidores de longo prazo.

“Se setor privado fora quer pagar dinheiro extra para ter uma garantia … nós podemos dar a eles por um certo preço. Se eles quiserem isso, nós vamos prover», disse Guedes.

“Acho que temos que ter um mecanismo especial porque é bem difícil para quem vem para cá investir 10 anos numa estação de água ou programa de ferrovias. Ele quer ganhar dólar mais 10%, dólar mais 12%, dólar mais 8%, e aí na última semana tem uma corrida maluca aqui por uma razão política ou outra e aí ele perde dinheiro”, complementou.

Guedes disse ainda que o Brasil deve entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em um ano, acrescentando que o país está agora atingindo dois terços dos requerimentos necessários. O ministro frisou que o Produto Interno Bruto (PIB) deve cair cerca de 4% este ano, ante previsão oficial do Ministério da Economia de -4,7%.

Guedes disse ainda que o governo está sendo mal interpretado sobre seu compromisso com o meio ambiente e com os indígenas. (Reuters)

Minfra inicia fusão entre Valec e EPL

Brasília – O Ministério da Infraestrutura iniciou o processo de unificação de duas empresas estatais com sobreposição de finalidades: a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) – que realiza estudos técnicos para concessões de transportes – e a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A – responsável pelas ferrovias brasileiras. O anúncio foi feito na segunda-feira (19). Ambas terão funcionários e atribuições incorporados à nova empresa, que será chamada Infra S.A.

“A implantação da Infra S.A., que vai incorporar a Valec e a EPL, fará o Minfra deixar de ter duas empresas dependentes do Tesouro Nacional e que apresentam prejuízo acumulado para o surgimento de uma nova, que vai reduzir custos de funcionamento, ser autossuficiente e competitiva, aumentar a produtividade e ampliar a eficiência na estruturação de projetos de infraestrutura, sempre pensando a logística de transportes, estruturando o futuro, sem qualquer descontinuidade ao que está em andamento atualmente”, informou o secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio.

O plano de fusão das estatais deverá ser apresentado no prazo de 90 dias e a previsão é que todo o processo seja concluído em 270 dias. Durante o prazo inicial, consultores apresentarão os resultados do modelo de funcionamento da Infra S.A., com padrões para a governança do projeto e o alinhamento estratégico com os principais executivos das empresas.

Segundo a pasta, avaliações trimestrais serão feitas para acompanhar o desenvolvimento e a performance da nova estatal. A empresa responsável pela unificação, a Consultoria Falconi, prevê uma empresa mais enxuta com os cortes de gastos administrativos, e mais ágil, com investimentos em conhecimentos gerenciais e técnicos para os funcionários. A projeção também cita ganhos de eficiência e aumento de produtividade para a Infra S.A.

A criação da Infra S.A. é a primeira investida do governo federal em fusão de estatais. (ABr)

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