Economia

Governo vai criar linha de crédito para médios e pequenos produtores de alimentos, diz ministro

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende criar uma linha especial de crédito com juros mais baixos, dentro do Plano Safra
Governo vai criar linha de crédito para médios e pequenos produtores de alimentos, diz ministro
Tipos de feijão e grãos no Mercado Municipal no centro de São Paulo | Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende criar uma linha especial de crédito com juros mais baixos, dentro do Plano Safra, para financiamento de agricultores de médio e pequeno porte que produzam alimentos para o mercado interno, disse à Reuters o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.

O valor do financiamento e o tamanho da redução na taxa de juros, que terá de ser subsidiada pelo governo, ainda estão em negociação com o Ministério da Fazenda e o Ministério da Agricultura, mas a proposta deve ser finalizada esse mês para ser levada a Lula. A ideia é que seja lançada em maio.

A proposta é uma resposta dos ministérios ao pedido feito por Lula a Teixeira e ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para que encontrassem uma maneira de atender o produtor médio, que não é beneficiado pelas políticas direcionadas ao grande agronegócio — basicamente voltado à exportação — e nem ao agricultor familiar, que tem uma produção pequena e mais local.

Além disso, é uma maneira encontrada pelo governo de aumentar a produção de alimentos para o mercado interno, uma das promessas do presidente.

“Vamos ampliar os estímulos para o produtor de alimentos para o mercado interno, com juros mais baixos para quem planta hortaliças, frutas, feijão, mandioca, produz ovos”, disse Teixeira à Reuters.

O governo trabalha também em outra frente para incentivar a produção de alimentos no país, com a retomada dos estoques reguladores, administrados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os estoques, em que o governo federal compra a produção quando o preço está mais baixo para liberar no mercado quando eles sobem, serve aos produtores pela garantia de aquisição, e ajuda a combater a alta intensiva de preços de determinados produtos quando há escassez no mercado.

O governo do ex-presidente Michel Temer, em 2017, decidiu não manter mais os estoques, que foram definitivamente abandonados na gestão de Jair Bolsonaro, sob a alegação de que o mercado se regularia e de que o custo para o governo manter os estoques não compensava.

A retomada, no entanto, é uma das propostas de campanha de Lula e foi confirmada pelo novo presidente da Conab, Enio Verri, na sua posse à frente da companhia no mês passado.

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