Economia

Grande BH atrai megacontratos e impulsiona mercados logístico e industrial em Minas

Com preço médio por m² em R$ 28,01, segmentos de “Transporte e logística” e “Bens de consumo” foram os que registraram maior demanda na RMBH
Grande BH atrai megacontratos e impulsiona mercados logístico e industrial em Minas
Foto: Divulgação Log

A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) segue se destacando como um dos principais destinos para grandes operações nas áreas de logística e indústria no Brasil. Com a entrega de novos estoques de condomínios, a região lidera com o melhor saldo entre locações e devoluções na comparação com outros polos no primeiro trimestre de 2025.

No período, duas das três maiores áreas locadas em condomínios no País estão situadas na RMBH, refletindo um cenário positivo consistente para os próximos meses. Os dados constam no recente levantamento realizado pela consultoria Binswanger Brazil.

Os empreendimentos BRZ 040 Logistics Park, em Ribeirão das Neves, e o Log Sim BH I, na regional do Barreiro, em Belo Horizonte, figuram na 2ª e 3ª posições, com 49.097 metros quadrados (m²) e 37.985 m² de área locada respectivamente. As recentes locações atendem grandes corporações, como a Amazon e a distribuidora de medicamentos do grupo Santa Cruz.

Com preço médio por m² em R$ 28,01, o custo na capital mineira – ainda que elevado se comparado a outros polos – é considerado competitivo, segundo o gerente da área de inteligência de mercado da Binswanger Brazil, Paulo Izuka. Para efeito de comparação, regiões como Extrema, no Sul de Minas (R$ 30,74/m²) e São Paulo – SP (R$ 28,38/m²) apresentam valores próximos ou mais acentuados.

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A elevada competitividade, tanto na região de Belo Horizonte quanto em Extrema, pode explicar o recuo do Estado na proporção de espaços desocupados em relação à totalidade de condomínios de logística e indústria disponíveis para locação (taxa de vacância). Nos primeiros três meses deste ano, o índice recuou de 12,6% para 7,2%, evidenciando uma maior absorção de estoques por parte das empresas.

No último ano, o estudo apontou que os segmentos de transporte e logística e bens de consumo foram os que registraram maior demanda na RMBH, com 86 mil m² e 57 mil m² de área locada respectivamente. Em seguida, tecnologia, mineração, metalurgia e aço e construção também contaram com espaços locados consideráveis para atender ao mercado.

Em Extrema, a categoria de transporte e logística é disparada a predominante no polo local, com 155 mil m² de área locada. O resultado insere a cidade como a maior área do segmento no País, superando importantes polos, como Barueri – SP (88 mil m²), Guarulhos – SP (81 mil m²) e Cajamar – SP (49 mil m²).

Oportunidades passam por incentivos fiscais e conexão viária com grandes mercados

Segundo Izuka, apesar dos bons resultados, os próximos anos serão decisivos para o desempenho dos condomínios logísticos e industriais. Em Extrema, a preocupação se concentra a partir da implementação da reforma tributária em 2032, que pode afetar benefícios fiscais e reduzir a demanda local.

“As empresas em Extrema se beneficiam de incentivos que resultaram em uma maior demanda na região. Com a reforma tributária, esses benefícios são incertos, o que deve impactar nos preços já a partir dos próximos anos”, explica o especialista.

Na RMBH, o principal entrave está relacionado à escassez de terrenos planos, em função do relevo montanhoso da região. Ainda assim, é esperado que o impacto não seja significativo no curto prazo.

Apesar dos desafios, ambos os polos mineiros continuam a oferecer vantagens competitivas que reforçam a vocação logística e industrial de Minas Gerais. “Com a manutenção dos incentivos fiscais e o desenvolvimento urbano, os principais polos do Estado devem seguir atraindo empresas e se posicionando como o segundo maior mercado do País”, finaliza.

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