Economia

Grande BH tem alta de 6,12% na inflação acumulada dos últimos 12 meses

Este foi o maior resultado de inflação entre as 16 áreas de abrangência da pesquisa
Grande BH tem alta de 6,12% na inflação acumulada dos últimos 12 meses
Foto: Alessandro Carvalho/ Arquivo Diário do Comércio

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) divulgado nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou uma alta de 6,12% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) no acumulado dos últimos 12 meses. Este foi o maior resultado de inflação entre as 16 áreas de abrangência da pesquisa. No País, no mesmo período, a alta foi de 5,53%, superando a meta limite do Banco Central (BC).

Considerando apenas o mês de abril, o IPCA da RMBH teve alta de 0,49%, 0,08 ponto percentual acima do observado em março, quando a alta foi de 0,41%. Já no Brasil, também em abril, o índice teve alta de 0,43%, depois de subir 0,56% no mês anterior, apresentando uma retração não verificada na Grande BH.

Ainda na RMBH, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva na passagem de março para abril. O grupo de habitação foi o único a registrar queda (-0,22%). A maior variação foi registrada no grupo de vestuário (1,57%), com aumentos importantes nos itens de calçados e acessórios (2,01%) e roupas (1,36%).

Na sequência, vem o grupo de saúde e cuidados pessoais (1,28%). Nesse caso, o resultado foi influenciado pelos produtos farmacêuticos (2,68%), após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.

No grupo de transportes (0,2%), a gasolina (1,88%) provocou o maior impacto individual positivo no índice em abril. Por outro lado, a passagem aérea caiu 9,68% e provocou o maior impacto individual negativo. 

O grupo de alimentação e bebidas, grande responsável pela alta da inflação anteriormente, avançou em abril, mas o aumento foi menor. Em abril, foi observado acréscimo de 0,34%, enquanto em março o índice subiu 0,71%. Os destaques são a batata-inglesa (24,98%), o café moído (3,20%) e o lanche (0,83%). Do lado oposto, com variação negativa, destaca-se o arroz (-3,59%).

O pró-reitor do Ibmec-BH, Eduardo Coutinho, analisa que apesar da redução no aumento da inflação no grupo de alimentos e bebidas, este ainda é um grupo que a causar preocupação. De janeiro a abril, o grupo registrou alta de 3,34% na Grande BH, e de 7,47% no acumulado de 12 meses, sendo o grupo que mais avançou na RMBH nos últimos 12 meses, juntamente com despesas Pessoais (7,59%).

No entanto, segundo Coutinho, a queda do aumento deste mês pode sinalizar uma tendência já que a resposta à diminuição da demanda é lenta neste caso. “O que acontece com a oferta de alimentos é que a resposta ao aumento ou queda de preços é lenta. O ajuste da oferta e da demanda é mais devagar, diferente da indústria. No curto prazo, o ajuste no setor agropecuário não acontece”, analisa.

O professor de Ciências Contábeis da Estácio BH e diretor do campus Floresta, Alisson Batista, destaca que Belo Horizonte segue em alta como uma das capitais que tiveram esse valor sinalizado. “Porém, é importante ressaltar que o aumento neste grupo ofuscou a estabilidade de alguns outros grupos como o de combustíveis”, pondera. 

Para ele, os preços dos combustíveis estão dentro da normalidade do que se espera. “Contudo, os aumentos do dia a dia em alimentos e em bebidas, tanto para o comércio quanto para o varejo, prejudicaram bastante o índice e puxaram a inflação para cima”, diz.

Os demais grupos registraram alta de 0,98% em artigos de residência, 0,67% no grupo de despesas pessoais, e 0,1% em educação, demonstrando estabilidade, e 0,53% no grupo comunicação.

Inflação acumula alta de 2,76% no ano

Quando se observa o índice acumulado de janeiro a abril, o acréscimo da inflação na Grande BH está em 2,76%, maior que o do Brasil, que marca 2,49%.

Já na comparação anual, o índice em abril do ano passado foi 0,04 ponto percentual inferior ao deste deste ano (0,45%).

INPC fica em 0,48% em abril

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,48% em abril no Brasil. No ano, o acumulado é de 2,49% e, nos últimos 12 meses, de 5,32%, acima dos 5,2% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2024, a taxa foi de 0,37%, segundo o IBGE.

Os produtos alimentícios desaceleraram no País de março (1,08%) para abril (0,76%). A variação dos produtos não alimentícios passou de 0,32% no terceiro mês do ano, para 0,39% em abril.

Quanto aos índices regionais, a maior variação ocorreu em Porto Alegre (1,07%), influenciada pela alta da energia elétrica residencial (3,34%) e do tomate (45,96%). A menor variação ocorreu em Brasília (0,01%), influenciada pela redução de 1,69% na gasolina. Na RMBH, a variação de março para abril foi de 0,54%.

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