Grandes empresas fomentam o mercado de trabalho em Minas Gerais
Desde 2019, Minas Gerais atraiu cerca de R$ 385 bilhões em investimentos privados, sendo que, apenas em 2023, foram atraídos em torno de R$ 112 bilhões. Boa parte desses valores veio de empresas renomadas, seja para implantação de um primeiro projeto ou para expansão. Essa atração de recursos fomentou o mercado de trabalho mineiro e tende a render ainda mais frutos.
De janeiro a novembro do ano passado, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Estado gerou 187.866 vagas de empregos. O maior saldo no período foi de Belo Horizonte, com a criação de 38.387 postos de trabalho. Na retaguarda da Capital, ficaram cidades de várias regiões, mas com algo em comum: os aportes de grandes players.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), por exemplo, Contagem se destacou com um superávit de 9.340 vagas e o segundo lugar no ranking municipal de geração de empregos. O município vive um momento pujante com o registro de grandes investimentos que geram um amplo volume de empregos em obras e inúmeros postos de trabalho quando entram em operação.
Uma amostra disso é a inauguração, em julho último, da primeira unidade fabril da Multotec, empresa sul-africana referência mundial em equipamentos para mineração, cuja previsão é de criar, até neste ano, 200 empregos na cidade. Outro caso é o da Boston Scientific, uma das líderes globais no desenvolvimento de tecnologias médicas, que está ampliando sua fábrica em Contagem e aumentará também o quadro de colaboradores em quase mil funcionários até 2025.
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Cenário parecido impulsiona a geração de empregos em Pouso Alegre e Montes Claros
Situação semelhante ocorreu em Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, que acumulou, nos primeiros 11 meses de 2023, um saldo de 3.147 postos de trabalho, a oitava posição da lista de criadores de vagas. O secretário de Desenvolvimento Econômico do município, José Carlos Costa, destaca que a cidade também ficou em 12º lugar no ranking de estoque de empregos, com 55.837, significando que transita na economia local um dos maiores volumes de renda do Estado.
Ele explica que os resultados favoráveis estão, de certa forma, relacionados ao crescimento do parque industrial, da área de serviços e do município em geral. Costa recorda que, no ano passado, vários setores contrataram bastante, o que inclui a farmacêutica Cimed e a fabricante de máquinas e veículos XCMG, que ainda prevê injetar, em breve, mais recursos em Pouso Alegre.
“Existem algumas outras coisas já anunciadas. A Midea, por exemplo, deve iniciar a produção no segundo semestre. Quando ela tiver com a fábrica pronta, vai buscar mão de obra e estamos esperando entre 500 e 700 novos postos de trabalho. É um volume significativo. Temos também procurado atuar na cadeia produtiva dessas empresas, então, quem sabe vem mais por aí”, disse.
Em Montes Claros, no Norte do Estado, igualmente. A cidade criou 2.890 vagas de emprego entre janeiro e novembro do último exercício, fechando o top 10 dos municípios que mais criaram postos de trabalho. O secretário de Comunicação do município, Alessandro Freire, realça que a cidade passou por uma “desvalorização moral” há alguns anos, mas com o trabalho da atual gestão, a credibilidade diante de empresários foi recuperada, estimulando o mercado de trabalho.
“Esse saldo de empregos, com certeza, será muito maior. Temos em construção a maior planta (de medicamentos) da América Latina. São mais de 500 mil metros quadrados da Eurofarma, uma grande farmacêutica, o que vai gerar milhares de empregos. Temos a Novo Nordisk (produz insulina), que está investindo mais de R$ 1 milhão em uma nova fábrica na cidade, duplicando a sua capacidade. E temos chegando a Cristália, outra grande farmacêutica”, destacou.
Em nota, a Novo Nordisk confirmou a realização de estudos para ampliação da capacidade produtiva de sua unidade localizada em Montes Claros. Porém, segundo a empresa, o projeto ainda está em fase de análise, que inclui, entre outros processos, a emissão de licenças e certificados pelos órgãos reguladores competentes. “Caso o projeto seja aprovado e validado internamente, a Novo Nordisk se compromete a divulgá-lo, incluindo seus aspectos sociais, econômicos e ambientais, seguindo sua missão de impulsionar mudanças para o desenvolvimento da sociedade e ampliar o acesso aos seus tratamentos”, conclui.
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