Greve dos servidores do BC começa com Pix sob ameaça

Brasília – A greve dos servidores do Banco Central (BC) por tempo indeterminado começa nesta sexta-feira (1º) com possíveis impactos no Pix e em outras atividades da autoridade monetária.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), a greve poderá interromper parcialmente o sistema de pagamentos instantâneos e a distribuição de moedas e cédulas, bem como suspender, parcial ou totalmente, a divulgação da pesquisa Focus e de diversas taxas financeiras.
Além disso, poderá afetar o monitoramento e a manutenção do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e da mesa de operações do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab). O sindicato garante que a lei de serviços essenciais será respeitada pelos servidores.
Em nota, o BC disse ter planos de contingência para “manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR [Sistema de Transferência de Reservas], Pix, Selic, entre outros”. No entanto, a autoridade monetária não detalhou o funcionamento das medidas.
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“Mesmo tendo esquema de contingência, não dá para dizer que o Pix vai ter funcionamento pleno durante uma greve. O monitoramento do sistema vai ser precário, o atendimento aos usuários que usam Pix ficará prejudicado, entre outras coisas”, disse Fábio Faiad, presidente do Sinal.
Sem reajuste nos últimos três anos, os servidores do BC pedem recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira de analistas e técnicos. A expectativa de adesão ao movimento é de 60% a 70% da categoria, prevê o sindicato.
Quanto à pauta não salarial, os funcionários pedem a mudança da nomenclatura de analista para auditor, por exemplo, e a exigência de nível superior para ingresso dos técnicos do BC.
O descontentamento dos funcionários públicos cresceu após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter acenado com aumento apenas aos policiais federais, categoria que compõe sua base de apoio. A verba disponível no Orçamento para elevar a remuneração dos servidores é de R$ 1,7 bilhão.
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