Economia

Guedes: Brasil é um “pequeno poluidor”

Guedes: Brasil é um “pequeno poluidor”
Crédito: Wilson Dias/Agência Brasil

Brasília – O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou considerar que o Brasil é apenas um “pequeno transgressor” na preservação ambiental e que negociará, durante viagem que fará a partir deste sábado (26) a Paris, uma remuneração a ser paga por outros países pela proteção dos recursos naturais.

“O Brasil não é o cara que polui o mundo. É um pequeno transgressor, um pequeno poluidor”, afirmou. “De vez em quando tem uma floresta que queima aqui e ali”, disse.

O ministro deu as declarações na sexta-feira (25) durante palestra a empresários acompanhada pela reportagem, na véspera de viagem para participar de reuniões da Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O ministro calcula que o Brasil pode ficar com cerca de 20% (ou US$ 20 bilhões) do total de uma remuneração de US$ 100 bilhões a ser criada pelo mundo para premiar países que preservem o meio ambiente.

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“Como a gente premia quem preservou? Estamos discutindo isso com eles (outros países)”, afirmou Guedes. “O Brasil tem um futuro verde”, disse.

O ministro avalia que é preciso recuperar a imagem do País no exterior na questão ambiental e que os recursos podem ser pagos também a países como Indonésia e Índia. Os três ocuparão a presidência temporária do G20 nos próximos anos, sendo a vez do Brasil em 2024.

O ministro tem sugerido que o trio formule um programa conjunto durante os anos de presidência, em vez de objetivos individuais, e somem esforços pela remuneração ambiental. “Nós temos que criar esse prêmio”, disse.

Segundo o ministro, o Brasil responde por 2% da poluição global, enquanto países como a China atingem um percentual de 30%. “Os Estados Unidos queimaram 96% das florestas (do país)”, disse.

O ministro ainda afirmou que ouviu de autoridades francesas preocupações com as queimadas da Amazônia enquanto eles próprios não teriam protegido a Catedral de Notre Dame, considerada um patrimônio da humanidade. “Imagine a minha dificuldade de cuidar de uma área maior que a Europa?”, questionou.

Guedes sugere que, no futuro, os créditos tributários concedidos na Zona Franca de Manaus sejam transformados em uma política ligada a créditos de carbono. “Vamos dar isenção de impostos baseada no crédito de carbono”, disse.

As declarações do ministro contrastam com a pressão exercida por outros países sobre os recordes de devastação sendo registrados no Brasil durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que durante o mandato defendeu enfraquecer mecanismos de proteção ao meio ambiente.

Guedes ficará afastado do cargo de 26 de março a 1º de abril, contando o deslocamento. Em Paris, vai participar de reunião bilateral com o secretário-geral da OCDE, de encontros com diretores e representantes permanentes de países-membros da organização e de evento organizado pela Embaixada do Brasil em Paris com empresários franceses.

De lá, Guedes segue para a Espanha. Na capital Madri, ele vai participar de seminário em uma universidade, de encontros com autoridades governamentais em evento da Fundação Internacional para a Liberdade e de reuniões com a imprensa e empresários espanhóis.

Segundo o ministro, das centenas de compromissos que o Brasil ainda precisa cumprir para entrar na OCDE, faltam cerca de 70. Será possível entrar na organização em cerca de dois anos, disse, enquanto outros países como a Argentina estão mais para trás no processo.

Questionado por um participante sobre a comunicação do governo neste ano de eleições, o ministro disse que está programando ir mais vezes ao exterior para falar sobre o Brasil para estrangeiros, já que as reformas que ele busca estão encaminhadas.

Guedes ainda se mostra otimista e disse esperar fazer ainda neste ano privatizações e concessões, como dos Correios, da Eletrobras, dos portos de Santos e Vitória e dos aeroportos de Congonhas e Galeão.

O ministro aproveitou para rebater as possíveis críticas do PT e do pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva de que o governo busca vender estatais e se desfazer do patrimônio público. “Vamos falar que vocês (PT) roubaram, aparelharam”, disse.

Ministro “garante” o crescimento do País

São Paulo – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na sexta-feira (25) que “está absolutamente garantido que o País vai crescer”. Apesar de não especificar como, Guedes afirmou que o Brasil “já está em posição de deslanchar o crescimento”.

“O Brasil caiu menos, voltou mais rápido e já está em posição de deslanchar o crescimento… Está absolutamente garantido que o País vai crescer. Apesar de toda turbulência, o Brasil tem uma dinâmica própria de crescimento baseada em taxa de investimento interno”, afirmou Guedes, em evento sobre ação fundiária no Palácio do Planalto.

Também sem dizer como, Guedes afirmou que irá “aprofundar” o atual programa social do governo federal, o Auxílio Brasil.

Criado de forma repentina no fim do ano passado, o Auxílio Brasil é a principal aposta do presidente Jair Bolsonaro (PL) na área social, mesmo tendo sido lançado em quase seu último ano de governo. Ele substituiu o Bolsa Família e paga pelo menos R$ 400 para cada família beneficiada.

“Não faz sentido um governo trilionário e o povo pobre. Vamos criar o fundo de erradicação da pobreza e vamos aprofundar o programa que o senhor começou”, disse Guedes, se dirigindo a Bolsonaro, também presente no evento.

2021 x 2022 – Após desabar em 2020, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil fechou 2021 em alta de 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. Analistas dizem que o bom desempenho ocorreu porque a comparação é com 2020, ano de forte queda por causa da pandemia do novo coronavírus.

O avanço de 4,6% no ano passado representa uma recuperação das perdas de 2020, quando a economia brasileira encolheu 3,9% devido à pandemia da Covid-19. O mercado financeiro já esperava por um crescimento de 4,5%, passada a fase mais intensa da pandemia.

Apesar do crescimento consistente em 2021, economistas do mercado financeiro projetam crescimento muito menor do PIB em 2022, de apenas 0,3%. A Fiesp acredita que a economia brasileira não terá crescimento neste ano. (Uol/Folhapress)

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