Guerra na Ucrânia eleva preço do ouro no mercado

Em momentos de grande volatilidade nas economias globais como o vivido neste ano, os investimentos em ouro ganham espaço. Por ser um dos ativos mais seguros, a demanda em períodos de incerteza é ampliada e o metal passa a fazer parte da carteira dos investidores.
Este ano, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia estimulou ainda mais a demanda e o metal precioso segue valorizado. Com o conflito, o ouro chegou a atingir a cotação de US$ 2 mil a onça-troy no início de março, em meio ao anúncio oficial dos Estados Unidos de proibição de importação de petróleo russo. No mês, houve ajuste na cotação, mas a onça-troy segue cotada acima de US$ 1.900. A tendência é que os preços se mantenham firmes.
Do início de janeiro a 25 de março, a cotação do ouro saiu de US$ 1.801 para atuais US$ 1.957 a onça-troy, alta de 8,66%. Na comparação com o final de março de 2021 (US$ 1.702), o valor já subiu 14,9%.
O analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, explica que em períodos de incerteza, os investimentos em ouro se tornam atrativos, já que o metal é uma forma de manter o patrimônio do investidor seguro.
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Com a guerra entre Rússia e Ucrânia e as incertezas na economia global, a demanda pelo ouro está elevada, o que tem alavancado a cotação.
“O ouro se configura em um investimento que mostra boa recuperação de valor em momentos de incertezas econômicas globais, como no caso de guerras. Como o mundo está vivendo o evento na Ucrânia, o preço do ouro acaba registrando oscilações positivas, assim como commodities tradicionais”, disse.
Segundo Galdi, o ouro está cotado em torno de US$ 1.957 por onça-troy, refletindo em uma valorização próxima a 8% no acumulado deste ano até a última sexta-feira (25).
“Olhando o comportamento de preços de commodities, como o petróleo, o minério de ferro, a soja, entre outros, a alta é mais expressiva, devido à redução da oferta destes produtos pelos países envolvidos no conflito Ucrânia e Rússia. A expectativa para o preço do ouro continua sendo de valorização, enquanto perdurar as incertezas sobre o conflito entre os dois países”, explicou Galdi.
O diretor de câmbio da Ourominas, uma das maiores empresas de compra e venda de ouro no Brasil, Mauriciano Cavalcante, explica que logo no início do conflito entre Rússia e Ucrânia houve grande valorização do metal precioso.
“O ouro no mercado internacional teve valorização expressiva após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. No primeiro momento, a onça-troy teve alta no mesmo dia de 15%, porém contou com um ajuste no dia seguinte, fechando com valorização de 10% em relação ao dia anterior, saindo de US$ 1.790 para US$ 2.060, ajustando-se para US$ 2.000”.
Cavalcante explica ainda que após esses dois dias de nervosismo houve realizações e ajustes de posição recuando para o patamar de US$ 1.900.
“Houve um ajuste, mas o ouro segue com a tendência de valorização nos dias seguintes, fechando a US$ 1.962,20 a onça em 24 de março”.
Estímulo à produção
Diante de uma demanda maior e preços valorizados, a produção de ouro vem sendo estimulada. “As mineradoras, com certeza, já estão aumentando a produção, pois com a alta da onça-troy compensa o custo para isso”.
Com as incertezas em relação à economia global, a tendência é que o preço do ouro continue valorizado. “A tendência continua a ser de alta no mercado internacional, pois a procura para proteção de capital e por maior risco por parte dos investidores vêm ocorrendo e com viés de uma cotação mais alta”.
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