Economia

Haddad estima dados melhores nos próximos meses

Ministro falou em "boas notícias" sobre a inflação e queda nos preços de alimentos no mês passado
Haddad estima dados melhores nos próximos meses
Ministro da Fazenda afirmou que era esperado que o cenário internacional adverso impactasse a inflação no Brasil | Crédito: Ueslei Marcelino / Reuters

Brasília – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pregou cautela, na sexta-feira (9), na avaliação sobre dados de inflação e disse que espera que os preços desacelerem à frente.
Em entrevista à imprensa, Haddad afirmou que o Banco Central tem mandato para cuidar do tema e citou uma “queda significativa” no patamar do dólar nos últimos dias, afirmando também que o governo tem tomado “medidas necessárias” na área.

A inflação ao consumidor acelerou no País em 0,38% julho, acumulando alta de 4,50% em 12 meses, teto da meta de inflação do Banco Central, informou o IBGE mais cedo.

“O BC tem falado a respeito, o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias e a gente espera que esses números convirjam para patamares inferiores”, disse o ministro.

“Nós esperávamos, em função do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação deste ano. Nós vamos acompanhar com calma, o BC já parou os cortes (de juros) e vamos analisar com calma.”

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Haddad argumentou que os dados de inflação incluem “boas notícias”, como em preços de alimentos e, especificamente, da cesta básica.

Os dados do IBGE mostraram uma queda de 1% nos preços do grupo de alimentos e bebidas no mês passado.

Itens

A alta da inflação no mês passado foi puxada pelos preços da gasolina, que subiram 3,15%, e das passagens aéreas, com salto de 19,39% no mês de férias escolares. As tarifas de energia elétrica aumentaram 1,93%, com a entrada em vigor da bandeira amarela, que impõe custo adicional aos consumidores. Juntos, esses três itens responderam por 0,35 ponto percentual da alta do índice no mês.

Os preços do grupo alimentação e bebidas, por outro lado, recuaram 1%, com queda de 1,51% na alimentação no domicílio. O recuo do grupo foi o maior desde agosto de 2017 (-1,07%) e se deu após nove meses de alta, período em que os preços de alimentos e bebidas acumularam aumento de 6,87%.

“A maior oferta de produtos como batata, tomate, cebola e outros ajudou na queda dos alimentos. O meio do ano tem temperaturas mais amenas, menos chuva e menos calor, isso ajuda na oferta”, disse o gerente do IPCA, André Almeida.

A Capital Economics estimou que o núcleo da inflação de serviços — que exclui passagens aéreas, entre outros preços voláteis — aumentou para 4,9% nos 12 meses em julho, ante 4,5% em junho.

“O aumento da inflação no mês passado aumentará as preocupações do Copom com as perspectivas da inflação, com a ata da reunião de política da semana passada marcando um tom particularmente agressivo e aumentando a possibilidade de um aumento da taxa de juros”, disse o vice-economista chefe de mercados emergentes da Capital Economics, Jason Tuvey.

“Nossa sensação, porém, é que seriam necessárias muito mais notícias ruins sobre inflação, política fiscal e o real para desencadear um aumento da taxa de juros”, acrescentou.

Reportagem distribuída pela Reuters

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