Heineken deve implantar fábrica em Minas Gerais

A Cervejaria holandesa Heineken deverá investir em uma planta industrial em Minas Gerais em breve. Caso o aporte se confirme, o Estado passará a abrigar fábricas de grandes marcas com operações no Brasil, como Ambev e Grupo Petrópolis. A informação é de uma fonte do mercado que pediu para não ser revelada. Procurado, o Grupo Heineken não comentou o assunto.
Conforme consta no website global da companhia, a empresa, com ações no mercado internacional se encontra em período de silêncio desde o dia 18 de dezembro do ano anterior e irá publicar o balanço das operações financeiras referentes a 2019 na semana que vem (12).
Uma das maiores cervejarias em operação no País, a multinacional anunciou em outubro passado que o Brasil se tornou o maior mercado consumidor da marca no mundo e que para atender a crescente demanda investiria nos ativos brasileiros. Na época, a companhia anunciou cerca de R$ 1 bilhão para dobrar a capacidade de produção nas fábricas paulistas de Araraquara, Itu e Jacareí, Alagoinhas (BA) e Ponta Grossa (PR).
Ao todo, o Grupo Heineken conta com 12 cervejarias, duas microcervejarias e uma xaroparia em território brasileiro. Além disso, são 29 Centros de Distribuição (CDs) no País, sendo dois em Minas Gerais: Contagem (RMBH) e Poços de Caldas (Sul).
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No ano passado, durante a divulgação do balanço de aportes privados formalizados, o governo de Minas Gerais chegou a falar que estava em negociação com uma cervejaria e que o investimento completaria o hall de grandes marcas de cerveja no Estado, porém, o nome da companhia e a cidade do investimento são mantidos em segredo. Desde então, especula-se no mercado que a fábrica seria da Heineken.
Dados do governo do Estado mostram que Minas Gerais consome cerca de 14% de toda cerveja produzida no País e representa um importante mercado para o setor cervejeiro. Paralelamente a isso, Minas tem grande potencial geográfico, com particularidades que alavancam ainda mais o setor, como grande número de consumidores e o título popular conferido a Belo Horizonte, de capital dos bares.
Somam-se a isso atributos como qualidade e abundância de água, fornecimento de energia elétrica de alta tensão e logística rodoviária, todos pontos decisivos para a instalação de indústrias de bebidas, como a cerveja.

Projetos anunciados – Somente no ano passado, o Grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava, Crystal, Lokal Bier, Black Pincess, Petra e Weltenburger Kloster, anunciou a construção de uma planta em Uberaba, no Triângulo Mineiro, sob investimentos de R$ 1 bilhão. Com obras em andamento, a inauguração está prevista para julho de 2020.
A empresa vai se instalar em um terreno de 1 milhão de metros quadrados e esta será a maior fábrica do grupo. Ao todo serão 600 empregos diretos e linhas capacitadas para produzir 256 mil latas por hora e 120 mil garrafas por hora. O Grupo Petrópolis é a maior empresa com capital 100% nacional do setor.
Também no ano passado, a Ambev, dona de marcas como Skol, Brahma, Stella Artois e Budweiser, anunciou a construção de uma fábrica de latas em Sete Lagoas, na região Central de Minas, ao lado de uma unidade fabril de cerveja. Os aportes chegam a R$ 700 milhões e as obras estão previstas para este exercício.
Com uma área construída de 45 mil metros quadrados, a nova fábrica abrigará duas linhas de produção de latas, uma linha de produção de tampas e funcionará com energia 100% renovável.
O novo investimento vem somar a outros aportes feitos em Minas Gerais. Nos últimos cinco anos, a Cervejaria Ambev destinou R$ 2,2 bilhões ao Estado, nas operações que possui em Uberlândia, Juatuba e Sete Lagoas, além de centros de distribuição localizados no Estado.
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