Heineken inaugura cervejaria em Passos com possibilidade de expansão

A Heineken inaugura oficialmente, nesta quinta-feira (6), a cervejaria de Passos, no Sul de Minas Gerais, após investir mais de R$ 2,5 bilhões – o maior aporte da história do grupo holandês no Brasil. Essa é a primeira unidade produtiva da companhia no Estado e a 14ª no País. Trata-se, ainda, da única fábrica construída do zero pela empresa em território brasileiro, reunindo as mais modernas tecnologias de produção e sustentabilidade.

Localizada em um terreno de quase um milhão de metros quadrados (m²), a planta dispõe de uma área construída de mais de 200 mil m² e já nasce com espaços preparados para expansão. Sem valores e prazos preestabelecidos, há possibilidade de fazer duas ampliações, o que vai depender do comportamento da demanda do mercado nacional.

Nessa primeira fase, a cervejaria emprega cerca de 350 colaboradores diretos. São quatro linhas produtivas, duas em operação e as demais previstas para entrar em funcionamento até o próximo mês. A capacidade instalada anual é de cinco milhões de hectolitros. A expectativa é que, em meados de 2026, a fábrica comece a operar com o potencial máximo e que, em 2027, registre o primeiro exercício completo de produção a todo vapor.

Ao Diário do Comércio, o diretor de Produção da Heineken, Leonardo de Sandre, revela que, em uma eventual conclusão do masterplan, ou seja, com a implementação das fases dois e três, Passos será capaz de produzir 15 milhões de hectolitros anuais. Logo, se transformará na maior planta do grupo no Brasil e uma das cinco maiores no mundo.

Conforme ele, na configuração inicial, a cervejaria mineira é considerada uma unidade intermediária da empresa. Atualmente, a maior fábrica da companhia no País fica em Ponta Grossa, no Paraná, operando próximo de dez milhões de hectolitros por ano.

Fábrica foca nas marcas Heineken e Amstel, mas pode ampliar o portfólio

A nova fábrica da Heineken está preparada para envasar cerveja em latas de todos os tamanhos, garrafas long necks e garrafas retornáveis. O foco inicial da unidade são as marcas Heineken e Amstel, porém, existe chance de o portfólio ser expandindo no futuro, o que novamente depende de condições de mercado, além de decisões estratégicas do grupo.

Sandre explica que a cervejaria é flexível a todas as marcas da companhia, mas a estratégia atual é voltada para Heineken e Amstel para potencializar a produção das duas e dar espaço para que as demais plantas possam aumentar os volumes de outras marcas.

De acordo com o diretor ⁠de Inovabilidade da empresa, Rafael Rizzi, a escolha da Heineken foi pela liderança no segmento premium e da Amstel pela liderança – junto com a própria Heineken e a Eisenbahn – na categoria de puro malte. “São duas marcas superestratégicas para o grupo, por isso que a fábrica começa com essas, mas tem a possibilidade de, no futuro, à medida que for amadurecendo, colocar outras também”, reitera.

Empresa enxerga um mercado melhor em 2026

Enquanto inicia a produção da cervejaria em Passos, a Heineken enfrenta desafios no Brasil, contudo, mantém a confiança. Rizzi afirma que 2025 está sendo difícil para o setor cervejeiro no País, contudo, a companhia enxerga uma melhora em 2026. Ele diz que a situação é pontual e não estrutural e destaca que o mercado brasileiro é grande e resiliente.

“A gente entende, por exemplo, que tem uma questão de inflação, de renda disponível, de clima, diversos fatores que vão influenciando de alguma forma e aos poucos foi deteriorando o cenário deste ano”, analisa. “Mas reforço que, de forma alguma, acreditamos que isso seja estrutural e que vá se perpetuar”, salienta.

O diretor de Inovabilidade avalia que, no curtíssimo prazo, o mercado já deve melhorar. Isso porque, entre outubro e fevereiro, as vendas de cerveja tendem a aumentar com a sazonalidade que inclui datas importantes como Natal, Ano Novo e Carnaval.

* O repórter viajou a convite da Heineken