Economia

Hélice tríplice para o desenvolvimento

Hélice tríplice para o desenvolvimento
Eduardo Gomes Braga Júnior é engenheiro, membro da Comissão de Inovação da SME - Crédito: SME/Divulgação

Eduardo Gomes Braga Júnior *

Hoje as universidades, principalmente as públicas, são as grandes geradoras de novas patentes no Brasil. Em 2017, dos dez maiores depositantes de patentes no Brasil, apenas um não era uma universidade.

Essas nove universidades, que estão em primeiro lugar, geraram juntas, em 2017, 481 pedidos de patentes. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aparece em terceiro lugar nesta tabela, atrás da Universidade Estadual de Campinas e da Universidade Federal de Campina Grande. São 69 pedidos de novas patentes gerados pela UFMG.

Todo este poder de geração de inovação demonstrado pelas universidades possui um problema, que é a distância que uma pesquisa desenvolvida no meio acadêmico tem da sociedade. Além de servir como ponto de partida para novas pesquisas, uma patente deve produzir benefícios para toda a sociedade através do desenvolvimento tecnológico, o que não ocorre.

Convivemos, também, com a incapacidade de o Estado gerar um desenvolvimento rápido. Para suprir a necessidade de beneficiar a sociedade com inovações tecnológicas, surge a ideia da Hélice Tríplice. Ela une o governo, a iniciativa privada – união que já existe nas PPPs (parcerias público-privadas) e um terceiro ator, que são as universidades, que trazem consigo inovações, pesquisas e um conceito de desenvolvimento sustentável.

Cada pá dessa hélice tem uma função importante para o seu bom desempenho. O Governo, que é a primeira pá, tem a responsabilidade de negociar e pactuar compromissos com os diversos atores necessários para atender às demandas da sociedade. O Estado ainda deve cuidar para que os resultados alcançados sejam satisfatórios. A segunda pá é o próprio modelo das PPPs. Esta pá, que foi instituída no Brasil em 2004, no governo Lula, tem como objetivo aumentar a eficácia dos serviços públicos. Sua importância é dada pela necessidade crescente de investimentos em infraestrutura. A terceira pá, que são as universidades, possui alta relevância nos processos de inovação. Não podemos esquecer que estamos em uma economia altamente globalizada, em que a inovação é indispensável para que qualquer empresa se mantenha competitiva.

Percebe-se que a união do Governo, Empresa e Universidade é a base para o crescimento sustentável, aproximando desses atores a população do País, com muita tecnologia embarcada. Este é o valor da Hélice Tríplice.

*Engenheiro, membro da Comissão de Inovação da SME e sócio-proprietário da Zagaia Marketing Inteligente.

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