Economia

Hidrelétrica é capaz de reduzir custos de energia no País, aponta Fiemg

Acionamento da bandeira tarifária amarela tem levado o setor da indústria a repensar alternativas mais eficientes para o bolso
Hidrelétrica é capaz de reduzir custos de energia no País, aponta Fiemg
Hidrelétrica de São Simão | Foto: Divulgação Cemig

Um estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) indica que a substituição das fontes de energia não renováveis por hidrelétricas poderia resultar em uma redução de custos anual de 19,3% com energia elétrica, além de incrementar as exportações em R$ 13,5 bilhões e impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 0,9%.

O aumento do custo com energia elétrica, aliás, vem desafiando o desempenho do setor industrial atualmente. Desde o início do mês de julho, os consumidores estão arcando com uma despesa adicional de R$ 1,88 a cada 100 kw/h consumidos. Esse acréscimo na conta de luz foi motivado pelo acionamento da bandeira tarifária amarela, decisão anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no mês anterior.

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O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, destaca que a utilização das termelétricas, mais poluentes e onerosas que as hidrelétricas, está encarecendo a conta do consumidor.

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“O acionamento da bandeira encarece a conta do consumidor. Esse aumento poderia ser evitado caso não tivéssemos paralisado o investimento em hidrelétricas com reservatórios”, afirma. Para ele, o impacto previsto de 2,6% na tarifa desafia o desempenho do setor industrial.

Redução de geração de energia limpa

O estudo da Fiemg também revela uma diminuição na geração de energia limpa no Brasil ao longo das últimas décadas, apesar do crescimento das fontes eólica e solar. Houve uma redução na participação das hidrelétricas, de 96% para 64%, e um aumento na produção de energia não renovável, especialmente de termelétricas a gás, para compensar a intermitência das energias eólica e solar.

As emissões diretas de CO2 provenientes da geração de energia elétrica, por exemplo, tiveram um aumento de 360% entre 1995 e 2022, segundo a Fiemg, período de aumento da participação das termoelétricas no País.

Cesta-básica vai sofrer impactos

Além do impacto na conta de luz dos consumidores, a adoção da bandeira tarifária amarela deve afetar diretamente a cesta básica dos brasileiros, uma vez que o reajuste influencia o setor produtivo. Em Minas Gerais, onde o reajuste médio de 8,63% na conta de luz já havia ocorrido no final de maio, os preços podem ser ainda mais afetados.

Sindicatos ligados à Fiemg estimam que os reajustes podem ser repassados aos consumidores em alimentos como leite, carne e pão francês, componentes essenciais da cesta básica. A alta na tarifa de energia também impacta a produção de leite e carne, bem como o setor de panificação devido à escalada de preços da farinha de trigo, matéria-prima fundamental para esse segmento.

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