Economia

Horário do comércio no Natal é ampliado em BH

Horário do comércio no Natal é ampliado em BH
A extensão do horário de funcionamento do comércio tem o objetivo de evitar aglomerações típicas do fim do ano | Crédito: Luciana Montes

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou a ampliação do horário de funcionamento do comércio de Belo Horizonte neste fim de ano. A partir deste sábado, lojas de rua poderão funcionar das 9h às 20h e os shopping centers das 10h às 22h. Apesar da alta nos casos de coronavírus na cidade, o prefeito disse que a medida foi adotada para evitar aglomerações às vésperas do Natal e Ano Novo.

Até então, o comércio de rua podia funcionar de 10h as 19h e os centros de compras estavam com horário de 12h as 21h. Conforme Kalil, a decisão em ampliar foi unânime entre os membros do Comitê Epidemiológico que o auxilia nas tomadas de decisões sobre o enfrentamento à pandemia de Covid-19.

“Estamos ampliando simplesmente para evitar aglomerações. Isso não é porque a situação está boa; é uma medida técnica para evitar aglomerações. Que fique claro que isso não é para ir passear na rua”, alertou.

O prefeito informou que, para atender à demanda da flexibilização, a circulação dos ônibus na cidade também será reforçada, em vistas de se evitar a concentração de passageiros no transporte coletivo. Kalil ressaltou ainda que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) está fazendo o possível para não fechar a cidade.

“Vamos manter tudo como está, até ter que chamar o pessoal de novo para avisar que vai fechar tudo e vamos apertar a fiscalização. Estamos fazendo uma força-tarefa, mas contamos com a empatia das pessoas. O poder público já investiu quase R$ 420 milhões em ajuda ao povo de Belo Horizonte. Agora é com a população”, avisou.

Questionado sobre os cuidados com os negócios atingidos pelas medidas de distanciamento social, uma vez que logo que foi reeleito, afirmou que 2021 seria a vez de cuidar dos afetados com as restrições de funcionamento na cidade, o prefeito afirmou que “a economia já está sendo cuidada”.

“Estamos com a cidade praticamente aberta e temos que ter o juízo de não acabar de matar a economia. Nada está fechado e o que está proibido é aglomeração, shows e eventos. É só ver o que está acontecendo no mundo. Quem abriu irresponsavelmente fechou tudo de novo. E estamos falando dos europeus, que tanto respeitamos. Se estamos abrindo e estamos conseguindo ampliar, não somos nós que temos que aprender com eles, eles que precisam vir aprender conosco”, respondeu.

Bares e restaurantes – Já sobre a proibição de vendas de bebidas alcoólicas para consumo em bares e restaurantes desde o último dia 7, ele responsabilizou os próprios proprietários dos estabelecimentos. Mas ponderou que tanto a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) quanto outras entidades podem propor alguma solução.

Quanto às perdas do setor em virtude da proibição, Kalil afirmou que a ajuda virá por meio de isenções e descontos em impostos e outras iniciativas legais. “Não fui eu que fechei os bares. Foram eles que fizeram a baderna. Ajuda não vai faltar, como não tem faltado”, garantiu.

Sindilojas – O presidente do Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Nadim Donato, comemorou o anúncio da extensão do horário de funcionamento do comércio e disse que os horários são suficientes para atender à demanda de fim de ano.

“Na realidade tivemos uma volta ao horário normal depois de nove meses. Mas o mais importante é que a Prefeitura entendeu que nessa época as lojas enchem e o consumidor sempre deixa pra última hora. Em outros natais, funcionávamos até as 23h. Também não queremos 24 horas, para não incorrer em mais contaminações. Por isso, a extensão de uma hora vai ser o ideal”, comentou.

Em relação ao movimento nas lojas, Nadim Donato disse que está melhor que nas semanas anteriores e que a previsão é de que as vendas cheguem a 90% do que foi realizado em dezembro do ano passado, mesmo com o horário reduzido.

Executivo avalia a volta às aulas

Outro anúncio feito pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) é que, fechadas há nove meses, as escolas de Belo Horizonte poderão reabrir no ano que vem. Segundo ele, a retomada das aulas vai começar a ser estudada pelo Comitê Epidemiológico. “Estão saindo estudos internacionais que a escola não contamina. Então, vamos começar a avaliar a abertura das escolas”, disse.

O secretário de Saúde, Jackson Machado, alertou que ainda não há previsão do retorno das aulas presenciais. “Não podemos prever data, mas temos uma luz com a vacina. Acho que, nos primeiros meses de 2021, poderemos ter uma resposta”, disse o líder do comitê.

Ele enfatizou ainda que o cenário para janeiro é um pouco sombrio, pois os números estão subindo. De acordo com o último boletim epidemiológico, os três indicadores de monitoramento da pandemia estão nos níveis amarelos – que indicam alerta. A taxa de transmissão da Covid-19 está em 1,9 e as ocupações dos leitos de UTI e enfermaria em 61,7% e 52,9%, respectivamente.

O médico infectologista Estevão Urbano, que integra o grupo da Prefeitura, lembrou que o prefeito tem tentado priorizar o funcionamento de setores com menor risco de contaminação. E ressaltou que todos os médicos da equipe são sensíveis aos setores mais prejudicados e consideram que os mesmos precisam de ajuda. Além dos bares e restaurantes, ele também citou as empresas de turismo e eventos.

Neste sentido, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Beato, falou que projetos de retomada econômica estão sendo desenvolvidos em diferentes frentes como economia criativa, com destaque para a gastronomia, pequenos negócios e obras públicas e construção civil.

O secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, por sua vez, destacou que a Secretaria da Fazenda está fazendo estudos no campo tributário e conversando com os setores para conhecer as necessidades de cada um. “Possivelmente iniciaremos 2021 com algumas medidas. O ‘Plano dos 100 dias’ já deverá contemplar algumas delas”, adiantou.

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