Hortaliças ficam mais baratas em Minas pelo terceiro mês consecutivo

Desde junho, as hortaliças estão mais baratas na Central de Abastecimento de Minas Gerais – Belo Horizonte (Ceasa Minas). Segundo o 9º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira (23) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve queda nos preços de quatro das cinco hortaliças pesquisadas em agosto.
Segundo a gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab, Juliana Torres, apesar da redução do volume comercializado em relação a julho, não houve impacto no ritmo de queda dos preços.
“Mesmo com a queda na comercialização, no geral, os preços das hortaliças caíram. Das cinco analisadas no Prohort e que têm maior peso na composição do IPCA, todas apresentaram queda, com exceção da cenoura”, pontuou.
Na Ceasa Minas, 10,6 bilhões de quilos de frutas e hortaliças foram comercializados em agosto, o segundo maior volume do País, atrás apenas de São Paulo, com 17,1 bilhões de quilos.
Na unidade mineira, a maior queda foi da cebola (15,7%), seguida do tomate (13,53%), da batata (11,51%) e do alface (3,07%). Já a cenoura teve alta de 37,25%, sendo vendida a um preço médio de R$ 1,98 o quilo.
Ainda segundo Juliana Torres, houve queda no preço da batata e da cebola também em relação ao ano passado, já que em 2024 houve problemas na produção devido às chuvas. Na comparação com julho, a especialista atribui a redução à pulverização da oferta em vários estados, o que barateou os custos logísticos.
Sobre a cenoura, a gerente da Conab explica que a alta está ligada a uma redução de 10% na oferta das regiões fornecedoras entre julho e agosto, sendo Minas a principal delas. “Durante agosto, a oferta foi menor, causando a alta nos preços”, completou.
Tendências em setembro
O início de setembro não registrou tendências marcantes no movimento dos preços da cenoura. Segundo o boletim da Conab, “as condições climáticas, com poucas chuvas, permitiram maior controle da colheita e, consequentemente, da oferta”.
Nesse sentido, continua o documento, “as variações de preço não tiveram uniformidade e, por enquanto, os percentuais são pequenos, tanto positivos quanto negativos”. Na Ceasa Minas, por exemplo, o preço em comparação à média de agosto subiu apenas 5%, diz o relatório.
Altas temperaturas impactam preços das frutas
Em relação à comercialização de frutas no Brasil, agosto registrou um pequeno aumento de 0,7%, índice que indica estabilidade no volume negociado e não interfere na queda de preços. Minas Gerais seguiu a tendência, de acordo com a gerente da Conab.
Das cinco variedades de frutas pesquisadas pela Conab, apenas o mamão apresentou queda (29,25%). A retração foi atribuída, principalmente, à elevação das temperaturas nas regiões produtoras, que acelerou o amadurecimento das frutas e aumentou a oferta.
As altas temperaturas também contribuíram para a melancia registrar alta de 31%, mesmo com estabilidade no volume de comercialização da fruta.
Segundo Juliana Torres, além do controle da oferta feito por produtores das regiões fornecedoras, houve aumento da demanda pela fruta em função do calor. “Percebendo que a produção estava crescendo, os produtores decidiram segurar a colheita para controlar os preços. O calor também fez a demanda aumentar, já que os consumidores procuram frutas refrescantes”, explicou.
Além disso, ela destaca que as frutas estavam em ótima qualidade, o que ajudou a manter os preços.
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