Hotéis de Belo Horizonte registram alta de 4% com festas de fim de ano

As festas de fim de ano, tradicionalmente, movimentam a economia seja pelos eventos privados, confraternizações empresariais e festas de réveillon que costumam gerar mais movimento nos estabelecimentos de comércio, serviços e hotelaria. No segmento de hotéis da Capital, por exemplo, a temporada de festas registrou alta nos negócios da ordem de 4%, segundo informações da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG).
Alguns hotéis de Belo Horizonte chegaram a ter lotação máxima, alavancada pela comercialização de pacotes especiais e ceias para a celebração tanto do Natal, quanto para a virada de ano. O otimismo, porém, começou a arrefecer a partir do segundo dia de janeiro, período em que muitas pessoas voltam para as suas cidades, e, simultaneamente, há predominância de um clima mais chuvoso.
“Belo Horizonte apresenta um movimento interessante no final de ano, pois 25% do fluxo registrado nos hotéis são de familiares que vêm de outros estados ou de cidades do interior de Minas para passar o final de ano. Acontece que, ao invés de preferir a casa de parentes por conta do maior volume de pessoas, muitos optam por ficar em hotéis para ter um maior conforto”, explica o consultor hoteleiro da Abih-MG, Maarten Van Sluys.
De acordo com a gerente do Pampulha Design Hotel, Beatriz Almeida, a temporada de festas de fim de ano foi de ‘intensa busca’ por vagas para hospedagem. No empreendimento localizado na região da Pampulha são oferecidos 69 quartos e, somente na véspera do ano novo, o volume de ocupação não foi total, mas chegou a 95%.
“Foi vendido um pacote de R$ 650 incluindo um jantar para duas pessoas. Cerca de 90 pessoas participaram do evento no restaurante, especialmente decorado para a ocasião. À meia-noite assistiram a queima de fogos no deck panorâmico do hotel. Já no dia seguinte foi concedido horário estendido de café da manhã, que na prática se transformou em um brunch. Os hóspedes eram em sua maioria do interior de Minas e do estado de São Paulo”, explica.
Zona Sul e Pampulha registraram maior movimento no período
De acordo com Maarten Van Sluys, seis regiões da Capital foram monitoradas ao longo de dezembro e, entre elas, foram identificadas variações na procura por hospedagens.
“A região que melhor performou foi a Zona Sul, que compreende os bairros da Savassi, Funcionários e Lourdes, fechando em 58% de aumento no período. Já a região Pampulha, com os eventos mais tradicionais nos clubes, registrou 51,5% de alta, mesmo não tendo mais a queima de fogos da TV Alterosa, que gerava maior movimentação”, considerou.
Ainda segundo o consultor, a região que teve a pior performance foi a região Industrial, que compreende desde a Praça Raul Soares, no Centro da Capital mineira até a cidade de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). “Nessa área a procura foi de 38%, justamente por não ter apelos de eventos ou de lazer”, justifica.
Nas demais regiões:
- A região Central performou bem, por ter ligação com a área de comércio, com elevação de 48%;
o Vetor Norte fechou em 44,5% de alta - e os hotéis da região Belvedere/Nova Lima tiveram aumento de 48% em volume de hóspedes.
Setor hoteleiro teve demanda ampliada por festas de fim de ano em clubes
Ainda segundo dados da Abih-MG, os eventos de fim de ano realizados, principalmente pelos clubes de Belo Horizonte, foram um dos principais atrativos para visitantes, contribuindo para incrementar a ocupação no setor hoteleiro.
No Pampulha Iate Clube, localizado na região da Pampulha, é realizada uma das mais tradicionais festas de réveillon da cidade. O evento reuniu 2 mil pessoas na última edição, muitas delas vindas de várias cidades do interior de Minas Gerais.

A programação, com shows, áreas open-bar e apresentações pirotécnicas, são atrativos para o público que não deseja passar a virada do ano em branco.
“Esses eventos ajudam muito a aumentar a ocupação dos hotéis na região, o que é bastante positivo. Porém, como é uma época que as pessoas costuma beber mais, muitos optam pela hospedagem por conta da Lei Seca que está em vigor”, pontua o consultor hoteleiro.

Ele afirma também que a região, a cada ano, assiste a um aumento na procura por hospedagens nos hotéis também para o pós-festa, já que muitos dos que chegam à Capital de outros lugares ou de bairros mais distantes preferem se hospedar em locais próximos do que ter que pegar a estrada para seguir em frente ou retornar para as cidades de origens.
Procura de hospedagens na Serra do Cipó para a data sofre queda de 15%
Por ser um dos principais destinos para quem opta por um réveillon mais conectado com a natureza, a Serra do Cipó tem sido uma importante escolha na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A vice-presidente da Associação Comercial da Serra do Cipó, Hizzaura Hariná fez, inclusive, um levantamento do qual identificou numa redução de 15% no volume de buscas em hospedagens para a virada do ano.
Segundo ela, apesar da redução, a taxa de ocupação foi positiva durante todo o mês de dezembro e que pode se manter em boa perspectiva também para janeiro por conta das férias de verão.
“A nossa taxa de ocupação neste ano, para o réveillon caiu de 100% para 85% nos meios de hospedagens, considerando casas, pousadas e hotéis. Foi um réveillon muito lindo na cidade e muito tranquilo. Por sermos conhecidos pela proposta de consciência ambiental e de sustentabilidade, somos procurados por clientes que têm esse perfil, o que resultou em um réveillon mais intimista, com lugares fazendo festas para quem gosta de festas e muito organizado também para quem buscou por lugares mais intimistas. As nossas áreas foram bem policiadas o que contribuiu para quem queria um réveillon mais tranquilo”, disse Hizzaura Hariná.
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