Custo de construção tem leve alta de 0,07% em Minas Gerais, mostra IBGE

O custo médio da construção em Minas Gerais registrou leve alta de 0,07% em maio em relação a abril, segundo dados do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Caixa Economia Federal. O valor médio alcançou R$ 1.725,49 por metro quadrado (m²).
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o valor médio para construir em Minas Gerais subiu 4,6%, segundo o instituto. Naquele período, o custo por m² construído estava em R$ 1.645,85. No acumulado do ano, o custo para construir no Estado apresentou alta de 2,38%. Já nos últimos doze meses, a variação positiva foi de 4,65%.
Componente relativo à mão de obra teve pequeno recuo
Diferente da média nacional, em maio, na comparação com abril, o índice estadual obteve leve recuo no componente relativo à mão de obra, o que contribuiu para que o aumento do custo de construção no Estado tenha perdido força. O valor médio da mão de obra/m² de construção apresentou estabilidade em maio frente a abril, com leve recuo de 0,08%, e ficou em R$ 727,06. Em relação ao mesmo intervalo de 2024 (R$ 678,82), o valor obteve alta expressiva de 7,1%.
Entre os componentes do índice do IBGE, o material atingiu R$ 998,43/m² em maio. O valor representa alta de 0,18% na comparação com abril, quando somou R$ 996,56/m². Em relação ao mesmo intervalo do ano passado (R$ 970,03), foi apurado aumento de 2,9%.
Custo de construção em Minas Gerais fica abaixo da média nacional, segundo IBGE
O valor médio para construir em Minas em maio (R$ 1.725,49 m²) ficou bem abaixo da média nacional (R$ 1.826,53 m² ), que apresentou variação mensal de 0,43% em relação a abril (R$ 1.818,64). Com isso, o acumulado do Sinapi no País nos últimos 12 meses foi de 5,01%, também acima da média mineira. Por sua vez, o aumento acumulado nos cinco meses de 2025 no Brasil ficou em 2%, resultado abaixo do observado no Estado (2,38%).
Do custo nacional da construção/m² no Brasil apurado em maio (R$ 1.826,53), R$ 1.051,98 foram relativos aos materiais e R$ 774,55 à mão de obra, altas de 0,5% e 0,33%, respectivamente, em relação ao mês anterior.
Custo subiu mais em estados do Norte e Centro-Oeste
Além de Minas Gerais, todos os estados do Sudeste do País registraram taxas positivas em maio. O Rio de Janeiro (0,66%) obteve a maior alta, enquanto São Paulo (0,32%) e Espírito Santo (0,27%), em menor intensidade, também apresentaram taxas bem acima da apurada no Estado.
Pernambuco (2,88%) foi o estado que registrou a maior variação mensal no mês, seguido do Rio Grande do Sul (0,74%) e do Rio de Janeiro (0,66%).
O Sinapi, uma produção conjunta do IBGE e da Caixa, tem por objetivo a produção de séries mensais de custos para o setor habitacional, e de séries mensais de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.
Construção civil não espera grandes elevações nos custos dos materiais
A economista-chefe do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ieda Vasconcelos, explica que a evolução mensal dos custos do setor está numa proporção parecida ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Enquanto o IPCA acumula alta de 2,75% no ano, no mesmo período, o Sinapi apresentou alta de 2,38% e o CUB/m², um incremento de 2,18%.
A avaliação leva em conta não somente os dados do Sinapi, mas principalmente o Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²), indicador do setor, calculado pelo Sinduscon, semelhante ao indicador para construção do IBGE.
Apesar da leve queda em mão de obra da Sinapi em maio, a força de trabalho tem impulsionado a alta dos custos com a construção mineira no ano, já que o gasto com materiais não tem registrado crescimento elevado em 2025. Dentro do CUB/m², o custo com a mão de obra subiu 3,65% em 2025, enquanto o custo com material acumula alta de 0,85% no ano.
Ieda Vasconcelos destaca que, apesar não ter nenhum aumento de preço de materiais fora da normalidade, como ocorrido no setor nos últimos anos por reflexos da pandemia, os leves acréscimos nesses custos em 2025 acontecem em cima de um patamar que já cresceu bastante.
“A gente vê um comportamento melhor dos custos com material de construção, mas, mesmo assim, esse comportamento está em uma base de comparação muito elevada, em virtude do incremento observado nos últimos anos”, declara. A economista destaca que é cedo para falar em acomodação dos preços, mas que o setor não espera grandes elevações no custo dos materiais nos próximos meses.
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