Taxa de desocupação em Minas Gerais fica abaixo da média nacional

A taxa de desocupação em Minas Gerais no primeiro trimestre de 2024 foi de 6,3%. O índice representa crescimento de 0,6 ponto percentual (p.p.) sobre o trimestre anterior, cuja taxa havia sido de 5,7% – a menor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve baixa de 0,3 ponto percentual.
Segundo os dados do IBGE, ainda assim, a taxa de desocupação em Minas Gerais permaneceu abaixo da estimada para o Brasil. No País, a taxa de desocupação encerrou os três primeiros meses do ano em 7,9%, alta de 0,5 p.p. em relação ao quarto trimestre de 2023. Já frente ao primeiro trimestre de 2023, houve queda de 0,9 p.p.
Especialistas ouvidos pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO explicam que, apesar da taxa de desocupação do IBGE subir em Minas Gerais, trata-se de um movimento já esperado no mercado de trabalho, após o ciclo de contratações no final do ano passado. E que a tendência para o Estado ainda é de pleno emprego (leia a análise completo ao final da reportagem).
No mesmo intervalo, em Belo Horizonte, o índice foi de 7,2%, portanto, sem variação estatisticamente significativa em relação ao trimestre imediatamente anterior (6,7%), nem com o mesmo período do ano passado (7,7%).
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Além da desocupação, outro resultado relevante se refere ao nível da ocupação em Minas Gerais – percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar –, que ficou em 60,3% no acumulado entre janeiro e março de 2024. O resultado indica estabilidade no levantamento do IBGE, já que no trimestre anterior foi de 60,6% e, na comparação ano a ano, de 59,4%.
IBGE mostra rendimento em Minas Gerais menor que o nacional
A taxa de subutilização da força de trabalho – que considera não apenas a população desocupada, mas também engloba os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e a força de trabalho potencial – no Estado, no último trimestre, foi de 14,4%. Enquanto isso, o patamar de informalidade alcançou 37,2% abaixo da média do País, de 38,9%.
Já o rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas no primeiro trimestre alcançou R$ 2.886,00. Por sua vez, na capital mineira, esse rendimento médio mensal foi de R$ 4.510,00 no mesmo período analisado pelo IBGE.
Por fim, assim como durante toda a série histórica do levantamento, o rendimento médio em Minas Gerais no primeiro trimestre de 2024 ficou abaixo da média nacional, de R$ 3.123,00.
Levantamento do IBGE demonstra normalidade do mercado em Minas Gerais
O coordenador de Ciências Contábeis da Estácio Prado, Haroldo Andrade, destaca que a subida na taxa de desocupação de Minas Gerais, apontada pelo IBGE, é um movimento normal do mercado de trabalho. A alta trimestral é um reflexo do encerramento dos contratos de trabalho temporários realizados no final do ano passado. “Dá para a gente levar em consideração o mesmo período do ano anterior, quando a gente não conseguiu ver uma variação estatística significativa”, aponta.
O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, também afirma que é um movimento natural devido à sazonalidade, principalmente pelos outros indicadores do mercado de trabalho do Estado, que continuam positivos. “Em geral, quando a taxa de desemprego aumenta e a gente não está num ciclo virtuoso, a gente começa a observar uma deterioração dos outros indicadores. Não é o caso agora”, pontua.
Até por conta dos outros indicadores, como de informalidade e de rendimento médio, o economista do BDMG está otimista em relação ao desempenho do Estado nos próximos meses. “Continuo com a avaliação de que nós estamos muito próximos do pleno emprego. Isso é normal, é uma variação cíclica e muito associada ao período de início de ano”, declara Silva.
Haroldo Andrade considera que nos próximos trimestres o levantamento do IBGE demonstrará, se não uma estabilidade da taxa de desocupação em Minas Gerais, uma redução. “Levando em consideração todos os mecanismos e o ritmo econômico que a gente vem vivenciando, acredito que para os próximos trimestres esse número se mantenha estável ou tenha um ritmo de queda”, finaliza.
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