Economia

Ibovespa tem 5º alta seguida com Weg em destaque após resultado

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,09%, a 130.031,58 pontos
Ibovespa tem 5º alta seguida com Weg em destaque após resultado
Painel de cotações na B3 em São Paulo | Foto: Amanda Perobelli/Reuters

São Paulo – O Ibovespa assegurou o quinto fechamento positivo seguido nesta quarta-feira, acima dos 130 mil pontos, com as ações da Weg disparando quase 7% e respondendo pelo principal destaque de alta após resultado trimestral acima das expectativas e anúncio de dividendos bilionários.

No cenário externo, a ata da última reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos manteve o tom do comunicado que acompanhou a decisão anunciada no final do mês passado, ao mostrar que o Federal Reserve está preocupado com possibilidade de cortar juros muito cedo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,09%, a 130.031,58 pontos. Na máxima do dia, chegou a 130.033,91 pontos. Na mínima, a 129.358,66 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,5 bilhões.

“O Ibovespa está oscilando em um nível bastante interessante, se preparando para quando tiver condições de fazer uma nova arrancada”, avaliou o chefe da EQI Research, Luís Moran, considerando a queda que prevaleceu em boa parte do pregão um “ajuste fino”.

A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve, mostrou que a maior parte de seus integrantes estava preocupada com os riscos de cortar a taxa cedo demais.

“Os participantes destacaram a incerteza associada ao tempo que uma postura de política monetária restritiva precisaria ser mantida” para que a inflação voltasse à meta de 2%, disse a ata referente à decisão que manteve a taxa entre 5,25% e 5,50%.

Na visão da estrategista sênior de portfólio da Global X, Michelle Cluver, a ata de janeiro mostrou que as autoridades do Fed ainda não estão prontas para cortar os juros.

“Embora junho continue a ser uma possibilidade para um primeiro corte, a ata refletiu a importância de os membros do Fed ganharem maior confiança na inflação caminhando de forma sustentável em direção à sua meta e 2%.”

Para o economista-sênior do Inter, André Cordeiro, a ata não apresenta maiores novidades e deixa claro os cortes não iminentes.

“Dada a recente divulgação dos dados de payroll (criação de vagas) e inflação (nos EUA), já após a reunião, o comitê deve se manter cauteloso enquanto caminhamos para a reunião de março”, acrescentou.

Em Wall Street, os pregões terminaram sem uma direção única, em meio a expectativas também para o resultado da Nvidia, conhecido após o fechamento. O S&P 500 subiu 0,13%, o Nasdaq recuou 0,32% e o Dow Jones encerrou com elevação também de 0,13%. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 4,3206%, de 4,275% na véspera.

Entre outros pontos da ata, o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, chamou a atenção para uma divisão no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed sobre qual o risco maior — cortar antes ou demorar muito para reduzir.

“Talvez não em março, mas em maio é provável que a gente tenha uma decisão de manutenção dividida”, avaliou.

Destaques

  • WEG ON saltou 6,89%, a R$ 36,63, após a fabricante de motores elétricos reportar lucro líquido de 1,74 bilhão de reais no quarto trimestre do ano passado, uma expansão de 46% sobre o desempenho de um ano antes, em resultado acima das expectativas de analistas. A companhia também aprovou R$ 1,25 bilhão em dividendos complementares.
  • GPA ON fechou em alta de 6,22%, a R$ 4,27, antes do balanço trimestral, que está previsto para essa quarta-feira ainda.
  • HAPVIDA ON fechou em queda de 4,51%, a R$ 3,39, após quatro altas seguidas. Analistas do JPMorgan revisaram para baixo suas previsões para o lucro e o Ebida da companhia em 2024 e 2025 e cortaram o preço-alvo dos papéis de 6,50 para R$ 5,50. Mas mantiveram a classificação “overweight” citando uma assimetria positiva de risco versus retorno.
  • ISA CTEEP caiu 3,73%, a R$ 25,81, também mudando de sinal durante o pregão, mesmo após divulgar lucro líquido de R$ 900,6 milhões para o último trimestre de 2023, alta de 147,7%. Executivos da companhia também disseram à Reuters que a transmissora de energia vai focar na execução de seu plano de investimentos que destinará R$ 15 bilhões nos próximos anos a novas linhas e subestações, além de reforços e melhorias nas redes existentes.
  • TAESA UNIT recuou 1,50%, a R$ 34,90, após a empresa de transmissão de energia elétrica informar que André Moreira renunciou ao cargo de diretor-presidente, posto que será ocupado de forma interina pelo diretor financeiro da companhia, Rinaldo Pecchio Junior.
  • IGUATEMI UNIT avançou 0,13%, a R$ 23,50, revertendo os ganhos da abertura, quando chegou a R$ 24,34, em meio à análise do balanço da operadora de shoppings centers, com lucro líquido de R$ 119,8 milhões no quarto trimestre do ano passado, 28,3% acima do registrado no mesmo período em 2022. A companhia também divulgou suas projeções para 2024.
  • VIVO ON subiu 1,30%, a R$ 53,62, após a operadora de telecomunicações divulgar aumento de 42% em seu lucro líquido no quarto trimestre do ano passado, ante mesmo período de 2022, para R$ 1,6 bilhão. O presidente-executivo, Christian Gebara, também afirmou que a dona da marca Vivo deve concluir neste ano plano de tornar sua rede de fibra disponível para 29 milhões de domicílios no país.
  • GERDAU PN subiu 2,06%, a R$ 21,84, mesmo após declínio de 45,1% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre do grupo siderúrgico. Executivos da companhia afirmaram que a empresa está acelerando planos para readequar o tamanho de suas operações no Brasil, sinalizando também que deve continuar promovendo “desligamentos” no país. A Gerdau também anunciou dividendos de R$ 0,10 por ação.
  • VALE ON fechou com elevação 0,76%, a R$ 66,51, apesar de mais um dia de queda do minério de ferro na Ásia, tendo ainda no radar resultado da rival Rio Tinto. Investidores aguardam o balanço da Vale, previsto para quinta-feira, após o fechamento, e monitoram movimentações relacionadas à troca de comando da mineradora.
  • PETROBRAS PN terminou com acréscimo de 0,14%, a R$ 42,51, mesmo com a melhora dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou negociado em alta de 0,84%. No setor, PETRORECONCAVO ON subiu 0,93%, a R$ 23,83, tendo ainda como pano de fundo relatório do JPMorgan iniciando a cobertura dos papéis com classificação “overweight” e preço-alvo de R$ 30.
  • ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,56%, a R$ 35,48, e BRADESCO PN caiu 0,36%, a R$ 13,92, após desempenho robusto na véspera.
  • ZAMP ON, que não está no Ibovespa, recuou 3,28%, a R$ 4,13. A master franqueada no país das redes Burger King e Popeyes disse que iniciou negociações com a Starbucks Corporation sobre direito de uso de marca e desenvolvimento das operações da companhia norte-americana no Brasil. A Zamp também divulgou que recebeu correspondência do Mubadala Capital afirmando que ele passou a deter o controle acionário da companhia.
  • AMERICANAS ON, que não está no Ibovespa, desabou 10,17%, a R$ 0,53, nova mínima histórica do papel. A varejista voltou a adiar a divulgação do balanço que estava prevista para a segunda-feira e agora prevê apresentar os números dos três primeiros trimestre de 2023 em 26 de fevereiro. Nesta quarta-feira, a companhia disse que Pierre Moreau renunciou ao cargo de membro do conselho de administração da empresa. Ele era um dos três conselheiros independentes no colegiado.
  • OI ON, que também não faz parte do Ibovespa, disparou 11,81%, a R$ 1,42, ampliando a alta em fevereiro para 129%. A companhia comunicou nesta quarta-feira que um fundo gerido pela Trustee DTVM passou a deter 5,14% das ações da operadora de telecomunicações e sinalizou a intenção de contribuir para melhoria na estrutura administrativa da companhia, que está em seu segundo processo de recuperação judicial.
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