Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras com receio sobre dividendos
São Paulo – O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, abaixo dos 131 mil pontos, pressionado particularmente pelo tombo de mais de 5% das ações da Petrobras, em meio a preocupações sobre o montante de dividendos a ser distribuído pela estatal.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,16%, a 130.155,43 pontos. Na máxima do dia, chegou a 131.684,56 pontos. Na mínima, a 129.770,76 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,9 bilhões.
Na visão do chefe da EQI Research, Luís Moran, o Ibovespa tem oscilado principalmente com o cenário macro internacional e eventos específicos de alguns papéis, em especial aqueles com maior peso no índice, como o caso de Petrobras nesta sessão.
Ele reforçou, no entanto, que o Ibovespa continua em um patamar razoável, principalmente considerando a saída de estrangeiros da bolsa paulista, o que sugere um mercado “saudável, com vontade de subir”.
Dados da B3 até o dia 26, mostram que o capital externo no segmento Bovespa está negativo em 10,87 bilhões de reais em fevereiro, acumulando no ano déficit de R$ 18,77 bilhões.
Em Wall Street, os principais índices acionários também terminaram o dia no vermelho, em sessão marcada por dados revisados sobre o PIB norte-americano. O S&P 500 encerrou com declínio de 0,17%.
Destaques
- PETROBRAS PN caiu 5,16%, a R$ 40,43, enquanto PETROBRAS ON recuou 5,39%, a R$ 41,60, equivalente a uma perda de quase R$ 30 bilhões em valor de mercado. A correção de baixa foi desencadeada por declarações do presidente-executivo sinalizando uma postura mais conservadora em relação à remuneração aos acionistas da petroleira. Perto do fechamento do pregão, a Petrobras divulgou comunicado afirmando que não há qualquer decisão tomada em relação à distribuição de dividendos ainda não declarados. A expectativa de dividendos ainda expressivos tem apoiado os papéis, que registraram recentemente novas máximas históricas. Em 2024, as PNs ainda acumulam alta de 8,57%. No exterior, o barril de petróleo Brent fechou com variação positiva de 0,04%.
- VALE ON cedeu 1,10%, a R$ 66,74, também pesando no Ibovespa, com a ajustes após forte alta na véspera, tendo como pano de fundo para a sessão um desempenho misto dos preços dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia.
- IRB(RE) ON perdeu 5,45%, a R$ 39,06, mesmo após reportar lucro líquido de R$ 114 milhões no ano de 2023, revertendo prejuízo de R$ 630 milhões um ano antes. Analistas do Safra consideraram os resultados negativos para as ações, uma vez que permitem inferir o desempenho de dezembro (lucro de cerca de R$ 4 milhões, acumulando no quarto trimestre um resultado positivo em torno de R$ 38 milhões, abaixo de previsões no mercado). “E o quadro está longe de ser bom”, afirmaram em nota enviada a clientes, avaliando que o fraco desempenho operacional do IRB perdurará por mais tempo.
- GPA ON disparou 11,93%, a R$ 4,41, em mais um dia de forte recuperação, após tocar uma mínima desde o começo de dezembro na segunda-feira, a R$ 3,50. A reação dos papéis encontrou respaldo na aprovação por um tribunal em Paris da reestruturação do Casino, seu principal acionista. No setor, ASSAÍ ON fechou em queda de -4,76%, enquanto CARREFOUR BRASIL ON perdeu -3,78%.
- ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 0,06%, a R$ 34,80, enquanto BRADESCO PN recuou 0,43%, a R$ 13,96. BANCO DO BRASIL ON, que promove evento com investidores e analista na quinta-feira, terminou com variação positiva de 0,20%, a R$ 58,75.
- SUZANO ON avançou 0,99%, a R$ 57,38, antes da divulgação do resultado trimestral após o fechamento do mercado mostrando lucro líquido de R$ 4,52 bilhões nos últimos três meses de 2023, enquanto o Ebitda ajustado somou R$ 4,51 bilhões.
- PORTO SEGURO ON, que não faz parte do Ibovespa, saltou 5,95%, a R$ 29,18, após reportar lucro líquido de R$ 689 milhões no quarto trimestre do ano passado, um aumento de 24% em relação ao mesmo período de 2023.
- XP INC., que é negociada em Nova York, cedeu 3,62%, a US$ 23,72, em meio à repercussão do resultado do último trimestre do ano passado, que mostrou lucro líquido de R$ 1,04 bilhão, alta de 33% ano a ano, mas recuo de 4% na base trimestral. “A parte de varejo (e principal) do negócio continua a apresentar números pouco inspiradores e, pelos comentários da administração na teleconferência de resultados, ainda há poucos sinais de melhoria no primeiro trimestre”, disseram analistas do Citi.
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