Economia

Ibovespa renova recorde e bate 125 mil pontos

Ibovespa renova recorde e bate 125 mil pontos
Ibovespa | Crédito: Amanda Perobelli/Reuters

São Paulo – A elevada liquidez prevaleceu, mais uma vez, na sexta-feira (8), nos mercados internacionais, inclusive na B3, cujo principal índice bateu nova máxima de fechamento, com as compras de ações desta vez concentradas em ações ligadas ao mercado doméstico.

O destaque corporativo do dia foi o anúncio de que as empresas de saúde Havpida e Notre Dame Intermédica negociam uma fusão, o que provocou a disparada das ações de ambas.

A expectativa de manutenção de política monetária frouxa por logo período e notícias numerosas sobre vacinas contra Covid-19 e seus esperados impactos positivos na economia mundial foram de novo os motes para investidores seguirem comprando ações.

Assim, mesmo com movimentos pontuais sobre ações de bancos e de empresas de commodities, que estão entre as mais importantes do Ibovespa, o índice subiu 2,2%, para fechar em 125.076,63 pontos, renovando o recorde de fechamento pelo segundo dia. Na primeira semana de 2021, o indicador teve alta de 6,8%. O giro financeiro da sessão somou R$ 42,9 bilhões.

Para o sócio e economista-chefe do banco digital modalmais, Alvaro Bandeira, as campanhas de vacinação contra Covid-19 e a expectativa de novos estímulos monetários seguem municiando o apetite por ativos de risco.

No entanto, com o Ibovespa superando a marca de 125 mil pontos, os riscos em relação ao mercado brasileiro crescem, considerando o frágil cenário fiscal do País e um ambiente político que põe em dúvida o avanço de reformas no Congresso.

“O Ibovespa pode não desabar no curto prazo porque o fluxo, especialmente estrangeiro, tem seguido forte, mas os fundamentos para justificarem novas altas ficam limitados a um universo menor de ações”, disse Bandeira.

Em relatórios, estrategistas observaram que, no curto prazo, as atenções do mercado devem se concentrar no noticiário sobre combate à pandemia. As mais importantes de sexta-feira foram as de que a Anvisa recebeu de Fiocruz e Instituto Butantan pedidos para uso emergencial de vacina que desenvolvem com parceiros internacionais.

Dólar – O dólar fechou em alta na sexta-feira e teve o maior ganho semanal em quase sete meses, com o real consolidando o pior início de ano em pelo menos 18 anos, conforme investidores repercutiram a força da moeda norte-americana no exterior e a falta de ingressos de recursos ao País.

As incertezas sobre o rumo da agenda de reformas no País, a relação entre Executivo e Legislativo pós-eleições para Câmara e Senado e o salto de casos de Covid-19 no Brasil têm aumentado as dúvidas sobre o crescimento econômico em 2021, depois de um ano já recessivo em 2020.

Essa combinação mina ainda mais a atratividade do real como moeda de investimento, já afetada pelos juros nas mínimas históricas e pela falta de perspectiva de robustos ingressos de capital.

O dólar à vista fechou a sexta em alta de 0,31%, a R$ 5,4168 na venda, depois de oscilar entre R$ 5,4417 (+0,77%) e R$ 5,3225 (-1,43%).

Na semana, a moeda saltou 4,34%, maior valorização para o período desde a semana finda em 19 de junho do ano passado (+5,41%).

Considerando os cinco pregões iniciais do novo ano, o real teve o pior desempenho desde pelo menos 2003, iniciando de forma negativa um mês que, sazonalmente, é de entrada de capital ao País e de queda do dólar.“O que acontece é que não tem mais ninguém vendendo dólar, só o BC”, disse um profissional de um grande banco estrangeiro. (Reuters)

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