Ibram aponta principais desafios da mineração no Brasil na COP 28

O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, realizou uma apresentação sobre os principais desafios do setor mineral brasileiro em um painel na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28). Dentre eles questões ligadas à reputação do setor, morosidade na aprovação do licenciamento ambiental e falta de investimentos em pesquisa mineral.
Jungmann destacou alguns números que evidenciam o potencial transformador da indústria mineral, além do progresso socioeconômico proporcionado por ela. Ele ainda lembrou que o Brasil produz cerca de 1,2 bilhão de toneladas de minérios por ano. “O faturamento da indústria mineral em 2021 foi de R$ 339 bilhões. Somos responsáveis por 30% do saldo da balança comercial brasileira e empregamos mais de dois milhões de pessoas”, afirmou.
O executivo do Ibram também afirmou que o setor mineral não é percebido pela sociedade. “Um exemplo é que tudo o que estamos utilizando aqui neste evento é oriundo da mineração, mas poucas pessoas sabem disso”, enfatizou.
Ele ainda relata as limitações ligadas à morosidade no licenciamento ambiental, que tem dificultado o crescimento do setor de mineração no País. “A preocupação com a sustentabilidade é fundamental e nós buscamos maior fiscalização neste sentido. Porém, o Estado dispõe de pouca gente, tem uma capacidade baixa de processamento, e isso faz com que os processos demorem anos para serem aprovados. Isso infelizmente prejudica a competitividade internacional”, analisou.
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O diretor-presidente do instituto que representa o setor ainda apontou para a necessidade de melhorar os mecanismos de financiamento para mineração. Uma das formas de colocar essa ideia em prática seria por meio da criação de novas alternativas de crédito, principalmente focadas no estágio inicial dos projetos. “O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve apresentar um fundo que irá financiar a pesquisa e o desenvolvimento de projetos. Isso pode significar um bom sinal”, avaliou.
A palestra na COP 28 ocorreu na última quarta-feira (6) e contou com a participação Faustine Delasalle, CEO da Mission Possible Partnership, Patricia Ellen, cofundadora da Aya Earth Partners e Marcelo Pasquini, diretor de Sustentabilidade do Bradesco.
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