ICF cresce em maio com melhora em cenário

A intenção de consumo das famílias de Belo Horizonte avançou em maio diante de uma percepção de maior estabilidade nos empregos e melhora profissional para os próximos seis meses. Conforme a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), o indicador apresentou o terceiro aumento consecutivo, chegando a uma pontuação de 70,9 e superando em 1 ponto o resultado de abril. Apesar de estar abaixo de 100 pontos – mostrando pessimismo -, o abrandamento da pandemia de Covid-19 tem permitido a retomada do cenário pré-pandemia e estimulado a disposição das famílias em consumir.
De acordo com o analista de pesquisa da Fecomércio-MG Devid Lima da Silva, a alta no indicador de consumo é resultado de um cenário mais positivo que o vivenciado em igual período de 2021.
“Algo bastante relevante é o abrandamento da pandemia, que traz cada vez mais a aproximação do cenário atual ao cenário pré-pandemia, e, isso, faz com que o consumidor se sinta mais seguro para frequentar lugares como bares, restaurantes, shoppings, etc. Além disso, pode-se ressaltar a melhora do subíndices (emprego, renda, perspectiva profissional), visto que, com melhora em ambos, o consumidor tem mais liberdade para direcionar seus gastos para além dos itens essenciais, como alimentação e moradia”.
A alta de 1 ponto percentual no indicador de maio frente a abril teve como principal impulso a situação mais favorável na oferta de empregos, o que é essencial para a geração de renda e concretização das compras. Na comparação com maio de 2021, o avanço na ICF foi maior, já que o indicador, no período, estava em 62,8 pontos.
“O (indicador) ICF segue abaixo de 100 pontos, o que revela uma percepção de insatisfação dos consumidores de modo geral. Apesar disso, os últimos resultados da pesquisa mostram que as perspectivas de consumo na capital mineira são positivas, principalmente diante do aumento da oferta de empregos, resultando em aumento da renda e maior segurança das famílias para adquirir produtos e buscar acesso a crédito”, explicou Silva.
Conforme a pesquisa da Fecomércio, em maio, o subíndice de emprego atual atingiu o valor de 107 pontos, resultado 3,3 pontos superior ao observado no mês anterior, quando a pontuação ficou em 103,7. Em maio de 2021, a pontuação era de 90,9.
“O subíndice emprego atual indica que, no geral, o consumidor se sente mais seguro em comparação com sua situação no mesmo período do ano passado. Esse subíndice teve aumento de 3,3 pontos percentuais frente a última avaliação e indica satisfação neste quesito por estar acima de 100 pontos”, explicou.
Entre os entrevistados, 25,8% das famílias disseram se sentir mais seguras no emprego em relação ao mesmo período do ano passado. No grupo com renda acima de dez salários mínimos, o índice chega a 35,5%.
Outro destaque foi a expectativa em relação ao emprego, que também apresentou resultado favorável e é importante para que as famílias consumam mais. De acordo com a Fecomércio, em maio, o índice de perspectiva profissional nos próximos seis meses chegou a 88,8 pontos, resultado 5,3 pontos superior ao obtido na última análise.
Dos entrevistados, 38,9% acreditam que o responsável pelo domicílio terá alguma melhora profissional no próximo semestre, apresentando um aumento de 2,8 pontos em relação a abril. Essa expectativa é maior entre as famílias com renda superior a 10 salários mínimos (46,6%), enquanto que, entre as famílias com renda inferior a 10 salários mínimos, mais da metade (51,4%) das famílias não acreditam que haverá melhora e 37,7% acreditam que haverá.
“Com maior variação positiva dentre os subindicadores, registrando 88,8 pontos frente aos 83,5 pontos do mês passado, é importante destacar o subíndice perspectiva profissional, que indica se o responsável pelo domicílio acredita em melhora profissional para os próximos seis meses”.
Dentre os subíndices que compõem o ICF, o que se refere à renda atual chegou a 86,6 pontos em maio, resultado apenas 0,6 ponto superior ao obtido em abril. Frente a maio de 2021, o subíndice subiu 7,5 pontos. A pesquisa mostrou que, para 44,2% dos entrevistados, a renda da família está pior em comparação com o mesmo período de 2021.
Apesar do índice de nível de consumo ter avançado 0,5% em maio, chegando a 52 pontos, ante 51,5 de abril, 60,8% das famílias estão comprando menos e apenas 12,8% afirmaram comprar, atualmente, mais.
O índice de perspectiva de consumo para o segundo semestre caiu 2,4% e chegou a 73,9 pontos. Para 42,9% dos entrevistados, nos próximos meses, o consumo será menor do que no segundo semestre do ano passado.
“Não há um trabalho de previsão dos valores do índice para os próximos meses, contudo, visto que este é um ano eleitoral e com uma situação geopolítica em andamento, não é possível afirmar que o otimismo irá permanecer. No entanto, o índice de intenção de consumo das famílias deve permanecer abaixo da linha de satisfação”, explicou o analista de pesquisa da Fecomércio-MG, Devid Lima da Silva.
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