Imóveis comerciais têm desvalorização em Belo Horizonte

Os preços médios dos imóveis comerciais em Belo Horizonte, tanto para venda quanto para locação, estão em declínio. No que diz respeito às vendas, no acumulado do ano, a queda já é de 2,51%, e a retração na variação acumulada em 12 meses é de 2,72%. Só em outubro frente a setembro, o recuo foi de 0,60%. Os dados são do Índice FipeZap Comercial, divulgado pela Fipe e o ZAP+.
Os números da entidade também mostram que a queda nos preços da locação dos imóveis comerciais na capital mineira em outubro, na comparação com setembro, chegou a 0,75%, a segunda maior retração entre os locais pesquisados. Entretanto, os números ainda são positivos quando se avalia o acumulado do ano (0,14%) e também o acumulado em 12 meses (0,30%).
Conforme destaca o coordenador do FipeZap, Eduardo Zylberstajn, os valores dos imóveis comerciais são impactados pela atividade econômica, que, neste ano, tem sofrido bastante devido aos reflexos da pandemia da Covid-19.
De acordo com ele, mesmo as empresas que estão bem e os setores que estão se expandindo, que apresentam um dinamismo maior, estão longe de ter um boom de demanda por imóveis comerciais. “Seja porque boa parte está trabalhando remotamente, seja porque estão segurando qualquer nova contratação”, pondera.
Futuro – E pode ser que a situação atual continue repercutindo de maneira semelhante por algum tempo. Embora, espera-se, que a pandemia da Covid-19 tenha um fim, os imóveis comerciais futuramente estarão inseridos no contexto do chamado novo normal. Entre um dos legados do período atual pode estar a adoção do home office por um número maior de empresas, o que deve continuar impactando o setor.
Além de isso significar menos espaços demandados pelas empresas, salienta Zylberstajn, estabelecimentos próximos às organizações, que prestam diversos tipos de serviços, também experimentarão uma redução do público consumidor.
“No futuro, eu acredito, sim, pelo menos nos primeiros meses ou anos pós-pandemia, que a gente vai ver um redesenho da ocupação dos espaços comerciais”, afirma ele. “Como economista, eu diria que, sim, deve haver um choque negativo na demanda, o que vai afetar os preços”, diz.
No entanto, acrescenta, um eventual crescimento econômico acelerado pode ajudar a suavizar esse movimento.
Mais valorizados – O Índice FipeZap também revela quais foram os bairros da Capital mais valorizados no que diz respeito à venda comercial no mês de outubro, quando comparado a setembro.
Nesse cenário, a liderança é do Luxemburgo (R$ 10.606/m²). Posteriormente vêm Santa Tereza (R$ 10.162/m²), Santo Agostinho (R$ 10.021/m²), Belvedere (R$ 9.554/m²) e Fernão Dias (R$ 9.262/m²).
Já em relação à locação, o primeiro lugar é do Fernão Dias (R$ 48,04/m²), seguido por Dom Joaquim (R$ 46,55/m²), Belvedere (R$ 46,10/m²), Alpes (R$ 43,81/m²) e Castelo (R$ 43,41/m²).
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