Atlas investirá R$ 1 bi em Minas Gerais, incluindo o Vale do Lítio

A Atlas Lithium vai investir R$ 1 bilhão em cinco cidades de Minas Gerais, incluindo seu projeto de extração e beneficiamento de lítio, no Vale do Jequitinhonha, que receberá a maioria dos investimentos, com estimativa de R$ 750 milhões. O restante dos aportes será destinado às extrações de minério de ferro e rochas ornamentais de quartzito na região Central do Estado, por meio das empresas Jupiter Gold e Apollo Resources, com participações acionárias do grupo.
No empreendimento do Vale do Lítio, a expectativa da empresa é de criar cerca de mil postos de trabalho, sendo 400 diretos, o que beneficiará tanto Araçuaí quanto Itinga. Já nos dois outros projetos, localizados no distrito de Conselheiro Mata (Diamantina), na cidade de São Domingos do Prata (Central) e em Rio Piracicaba (Central), a previsão é de gerar 276 vagas de empregos.
Nessa sexta-feira (22), a Atlas formalizou um acordo com o governo de Minas Gerais para o investimento. O governador Romeu Zema (Novo), que assinou o protocolo de intenções junto a companhia, afirmou que os aportes no Vale do Jequitinhonha serão realizados com total compromisso ambiental da empresa e têm o potencial de transformar positivamente a região.
Já o CEO da Atlas, Marc Fogassa, enfatizou a rapidez com que a empresa planeja iniciar a produção no Vale do Lítio. “Temos um modelo de planta que será trazido pronto para o Brasil e montado no local. Desta forma, nossa expectativa é iniciar a operação em maio de 2024. Mas, antes disso, nós já estaremos gerando empregos com a parte de montagem e instalação”, frisou.
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Capacidade de produzir 300 mil toneladas de concentrado de lítio por ano
Em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o consultor financeiro da Atlas, Rodrigo Menck, disse que o empreendimento a ser construído pela empresa em Minas Gerais, se encontra, atualmente, nas etapas de licenciamento. De acordo com ele, a empresa está comprometida em desenvolver o projeto no Vale do Lítio e conta hoje com dez sondas de perfuração operando 24 horas por dia. Conforme o advisor, os equipamentos já sondaram mais de 35 mil metros no local.
Sediada nos Estados Unidos e com ações negociadas desde o início de 2023 na Nasdaq, em Nova York, a Atlas vai extrair o lítio do Vale do Jequitinhonha e produzir para exportar um concentrado de espodumênio, que prevê de 5,5% a 6% do mineral. A perspectiva é de iniciar a produção com valores mais baixos em um rump-up até alcançar a capacidade de 300 mil toneladas por ano.
Menck explica que a previsão de faturamento é de US$ 900 milhões se considerado a plena capacidade da planta e o valor atual do produto, em torno de US$ 3 mil a tonelada, logo, pode ser alterada com as oscilações no preço. Esse montante também não leva em conta a venda do rejeito do material, que fatura cerca de 10% do item principal. Conforme o consultor, existe a possibilidade da Atlas vender o subproduto, mas em caso negativo, ele será empilhado a seco.
Com relação às ações sustentáveis e ambientais do projeto de lítio, ele destacou que serão utilizadas energia renovável e água reciclada no empreendimento, e não haverá processo químico e uso de barragens. Quanto aos benefícios à população, Menck afirmou que ações sociais serão realizadas no Vale do Jequitinhonha, além de contribuição com empregos e tributos para a região.
“Nesse primeiro momento de construção, os benefícios serão mais relacionados ao ISS (Imposto Sobre Serviços), com as empresas que vão faturar na região e o aumento de emprego local e uma valorização imobiliária. Posteriormente, terá uma grande expectativa de geração de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), onde 60% do valor vai para os municípios, 20% para o governo do Estado e 20% para a Federação”, salientou.
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