Economia

Vendas de produtos siderúrgicos caem 24%

Vendas de produtos siderúrgicos caem 24%
Mesmo com a retração em julho, as vendas de aços planos avançaram 18,9% no acumulado do ano | Crédito: Divulgação/ArcelorMittal

Os estoques das distribuidoras recuperados, os preços altos e o aumento das importações afetaram os resultados do segmento no País. De acordo com o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), as vendas de produtos siderúrgicos em julho, frente a igual mês do ano anterior, recuaram 24%, chegando a 261,4 mil toneladas.

No confronto com junho, a queda foi de 12,8%. No entanto, de janeiro a julho, os distribuidores venderam 2,18 milhões de toneladas, uma alta de 18,9% na comparação com o mesmo período de 2020.

Para o restante do ano, as estimativas são cautelosas. A tendência é de novas quedas nas vendas dos distribuidores uma vez que há previsão de remessas de aço importado chegando ao País e que desembarcam com preços mais acessíveis. Com este cenário, a expectativa é encerrar o ano com resultados equivalentes aos de 2020 ante a previsão de um crescimento de 5% a 6% projetado há meses atrás pelo Inda. 

Um dos principais fatores que provocaram a queda das vendas das distribuidoras nacionais foi o aumento das importações. Encomendas feitas entre janeiro e março desembarcaram no Brasil com valores mais competitivos, impactando de forma negativa nas vendas locais.

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De acordo com os dados do Inda, as importações encerraram julho com volume total de 211,3 mil toneladas. Comparando com igual mês do ano anterior, quando foram importadas 74,9 mil toneladas, as importações registraram alta de 181,9%.

“As vendas em julho foram piores do que imaginávamos. Isso muito em função das importações que cresceram no período. Para se ter uma ideia, foram importadas  211,31 mil toneladas, quase o mesmo volume que os distribuidores venderam (261,4 mil toneladas). O material importado que chegou agora foi fechado entre janeiro e março, quando os preços estavam 10%  a 12% mais baixos. Dessa forma, o aço importado está com preços mais baixos que o de reposição da rede, o que impactou bastante nas vendas”, explicou o presidente executivo do Inda,  Carlos Loureiro.

As distribuidoras compraram menos em julho. As aquisições do mês registraram queda de 14,8% frente a junho, com volume total de 295,9 mil toneladas contra 347,3 mil toneladas. Na comparação com julho do ano passado, quando as compras somaram 316,7 mil toneladas, a queda foi de 6,6%.

Estoques aumentaram

Com a queda nas vendas maior que a esperada, em número absoluto, o estoque de julho registrou alta de 4,4% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 820,2 mil toneladas contra 785,8 mil. O giro de estoque fechou em 3,1 meses e ficou equivalente ao praticado antes da pandemia. 

Com estoques formados e preços internacionais aquecidos, o presidente do Inda explicou que as usinas estão se voltando para as vendas externas.

“As exportações devem recuperar os índices e vamos ter surpresas com os números de agosto. Em julho, os embarques não foram maiores por questões relacionadas aos portos. Vamos ver números bem mais fortes até setembro”, disse Loureiro. 

Expectativas

A tendência, segundo o Inda, é que em agosto a rede associada reduza as compras em torno de 2% frente a julho e as vendas tenham recuo de 1,9%. Diante da estimativa de novas chegadas de aço importado e queda nas vendas, a previsão é que o setor encerre 2021 repetindo os resultados de 2020.

“Revisamos nossa expectativa e esperamos igualar os resultados de 2020, teremos um crescimento zero ou variando um pouco acima ou abaixo. Os números do segundo semestre de 2020 foram muito fortes fruto da venda a clientes que não eram da rede e sim das usinas. Estamos passando pela ressaca. Foi um primeiro semestre muito bom e vemos um segundo semestre com vendas bem mais fracas”.

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