Importações de aço caem pelo 2º mês consecutivo, após sete altas

Em setembro de 2025, ante o mesmo período de 2024, as importações brasileiras de aço diminuíram 31,9%, para 446 mil toneladas, conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr), divulgados nesta quinta-feira (16). Foram 410 mil toneladas importadas de laminados (-14,6%) e 36 mil toneladas de semiacabados para venda (-79,4%).
Esse foi o segundo mês consecutivo de queda nos desembarques, após sete altas seguidas. Em agosto, na comparação com um ano antes, houve um recuo de 24%. Procurada, o IABr não respondeu se fatores específicos motivaram as retrações.
O analista de investimentos da plataforma AGF, Pedro Galdi, avalia que “a redução expressiva das importações no mês pode indicar um movimento de recomposição de estoques internos ou efeito de preços mais competitivos no mercado doméstico”.
Embora as compras externas tenham caído nos dois últimos meses, entre janeiro e setembro deste ano, em relação a igual intervalo do exercício anterior, houve crescimento de 9,7%, para 5,1 milhões de toneladas. Foram 4,5 milhões de toneladas importadas de laminados (+25,8%) e 600 mil toneladas de semiacabados para venda (-41,2%).
O volume acumulado de desembarques é o maior para o período desde 2013, quando o Aço Brasil iniciou a série histórica do levantamento. O instituto prevê que as importações – somente de laminados – cheguem a 5,3 milhões de toneladas neste ano, uma alta de 11,2%.
Cabe destacar que as siderúrgicas têm pressionado o governo federal para que novas medidas de defesa comercial sejam implementadas. As empresas alegam enfrentar uma concorrência desleal contra alguns países, sobretudo a China. As usinas dizem que a cota-tarifa imposta pelo Brasil não foi eficaz. Há cortes de pessoal e de investimentos pelo setor.
Participação da China cresce e desembarques da Coréia do Sul aumentam
As importações de aço do mercado chinês registraram alta anual de 23,3% em setembro e de 25,9% no acumulado de 2025. A participação nos desembarques brasileiros cresceu nos dois comparativos. No mês, o país respondeu por 59,1% das compras, e, no ano, 61,1%.
A Coréia do Sul, segunda principal fornecedora, também elevou a participação nas compras em ambas as comparações. Em setembro, os sul-coreanos foram responsáveis por 15% do aço importado pelo Brasil, com um avanço de 377,9% na quantidade exportada, enquanto, no ano, responderam por 11,5%, com expansão de 226,7% no volume embarcado.
Produção de aço bruto recua no Brasil e em Minas Gerais
A produção brasileira de aço bruto em setembro deste ano caiu 3,2%, para 2,8 milhões de toneladas, no confronto com igual intervalo de 2024. Minas Gerais teve 31% de participação no resultado, liderando entre os estados, com 868 mil toneladas produzidas, contudo, também registrou queda no volume produzido, de 2,1%.
Entre janeiro e setembro de 2025, o Brasil produziu 25 milhões de toneladas e Minas Gerais 7,6 milhões, ou seja, 30,5% do total nacional. Frente ao mesmo período do último ano, ambos apresentaram desempenhos inferiores, com recuos de 1,7% e 1%, respectivamente.
Exportações de aço em alta
Ainda conforme os números do Aço Brasil, as exportações de aço do Brasil atingiram 786 mil toneladas em setembro e 7,8 milhões de toneladas no acumulado de nove meses. Em relação aos respectivos períodos do ano passado, os embarques cresceram 11,6% e 2,6%.
Além disso, as vendas internas recuaram 0,6% no mês, para 1,9 milhão de toneladas, e expandiram 0,5% no ano, para 16,1 milhões de toneladas. Já o consumo aparente foi de 2,3 milhões de toneladas em setembro, retração de 5%, e de 20,4 milhões de toneladas no acumulado, acréscimo de 4,1%, influenciado pela alta das importações.
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