Economia

Importações de aço batem novo recorde no País em agosto

Frente ao mesmo mês de 2023, salto chegou a 30,3%; na comparação a julho deste ano, alta foi 9,2%
Importações de aço batem novo recorde no País em agosto
Dados do Instituto Aço Brasil apontam que foram importadas 646 mil/t em agosto | Crédito: Reprodução Adobestock_

As importações de aço bateram recorde em agosto deste ano. Dados do Instituto Aço Brasil mostram que o País importou 646 mil toneladas no mês, o maior volume registrado na série histórica da entidade, iniciada em 2013. Em relação ao mesmo intervalo do exercício anterior, o nível de importados cresceu 30,3%, enquanto na comparação com o mês anterior, subiu 9,2%. 

Aparentemente, a barreira comercial que o governo federal criou para “frear” as importações não tem surtido o efeito esperado. Quando entrou em vigor, em junho, o Brasil chegou a registrar uma queda mensal relevante, de 23,7%, criando esperanças de que a medida fosse realmente eficaz. Contudo, em julho, apresentou o pior resultado da história, feito que se repetiu no mês passado. 

Assim como vem acontecendo há bastante tempo, inclusive, sendo ponto de reclamações da siderurgia nacional – que acusa o país de prática predatória ao subsidiar os preços do aço –, a China respondeu por mais da metade das importações brasileiras em agosto, com 57,3%. A Rússia também teve participação relevante no volume importado, respondendo por 14,6%. 

Com o resultado do último mês, as importações de aço chegaram a 4 milhões de toneladas em 2024. O montante acumulado coloca em risco a projeção do Aço Brasil de que o País encerrará o exercício com 4,7 milhões de toneladas importadas, o que representaria baixa de 7% frente às 5 milhões de toneladas de 2023 – patamar histórico e equivalente a um crescimento anual de 50%.

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Anteriormente, o Aço Brasil previa um aumento de 20% nas importações deste ano, entretanto, a estimativa foi alterada, justamente, em razão da decisão do governo de estabelecer a medida de defesa comercial às siderúrgicas. O mecanismo implementado colocou cotas para a importação de 11 tipos de produtos siderúrgicos, com alíquota de 25% sobre a quantidade excedente.

Setor acredita na medida, embora tenha feito ressalvas

A medida imposta pelo governo federal, resultado de cerca de dez meses de negociação com a siderurgia nacional, não era exatamente o que o setor esperava. À época da revisão das projeções, o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que a cota era generosa, além daquilo que a área achava que tinha que ser dado para regularizar o mercado. 

Apesar das ressalvas, as siderúrgicas viram o mecanismo como uma evolução e esperam melhorias no decorrer dos próximos meses. O presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson de Paula, por exemplo, disse acreditar que, de setembro para frente, a iniciativa terá efeitos. Ele ponderou que, caso não funcione, o governo já se comprometeu a agir para funcionar. “Estamos otimistas e achamos que vai melhorar”, reiterou, em recente encontro com jornalistas.

Produção de aço bruto aumenta no Brasil e em Minas Gerais

Conforme o Aço Brasil, a siderurgia nacional produziu 3 milhões de toneladas de aço bruto em agosto deste ano, com avanço de 7,3% em relação a igual intervalo do ano passado. As usinas siderúrgicas de Minas Gerais lideraram a fabricação entre os estados, respondendo por 31,2% do volume, ou seja, 924 mil toneladas, o que equivale a um crescimento de 20,7%. 

O total de aço bruto fabricado no País, no acumulado de 2024, foi de 22,4 milhões de toneladas, aumento de 3,8% frente ao mesmo período de 2023. Liderando a produção entre as unidades federativas, com 30,4%, os mineiros produziram 6,8 milhões de toneladas, crescimento de 9,2%.

Em agosto, o Brasil vendeu 1,9 milhão de toneladas de aço no mercado interno, alta de 12,9% frente ao mesmo mês do exercício anterior, e exportou 828 mil de toneladas, queda de 11,8%. No ano, os respectivos resultados desses indicadores foram de 14 milhões de toneladas, avanço de 6,6%, e 7 milhões de toneladas, redução de 12,9%. Não há recorte estadual desses dados.

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