Economia

Saiba como evitar golpes com a restituição do Imposto de Renda

Confira a lista com as principais dicas de especialista para ajudar os contribuintes neste momento
Atualizado em 23 de abril de 2024 • 18:15
Saiba como evitar golpes com a restituição do Imposto de Renda
Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Entre o período do prazo final para entrega do Imposto de Renda e o início do pagamento das restituições, os casos de golpes passam a ser ainda mais corriqueiros e exigem atenção da população. Como evitar ser a próxima vítima de um golpe envolvendo restituição do IR?

O DIÁRIO DO COMÉRCIO conversou com o diretor jurídico da fintech brasileira U4C, Tito Lívio, que dá algumas dicas para evitar esse tipo de situação e os prejuízos financeiros causados por ela. Continue a leitura para saber mais.

É arriscado receber a restituição do IR via PIX?

Os contribuintes podem receber o pagamento da restituição do Imposto de Renda via PIX. Mas é muito importante que fiquem atentos quanto aos riscos de golpes financeiros.

Tito explica que os golpistas acabam focando sua atuação nos usuários finais, já que as instituições bancárias possuem altíssima tecnologia para impedir golpes e fraudes no PIX.

Ele conta que, ainda que as operações sejam rastreáveis, os criminosos se aproveitam da possibilidade de distribuir o valor entre diversas contas rapidamente para dificultar o rastreamento do dinheiro perdido.

Quais as principais armadilhas usadas por golpistas?

O diretor jurídico da U4C conta que os golpistas costumam utilizar as seguintes armadilhas para capturar os dados da vítima e ter acesso à sua conta nas plataformas oficiais:

  • sites parecidos com os oficiais,
  • mensagens SMS,
  • mensagens de WhatsApp
  • ou mensagens por e-mail.

Como a restituição vai para a conta pessoal do cidadão, o criminoso acaba convencendo a vítima a realizar um depósito para uma conta digital falsa. “O cidadão acha que está acessando uma página da Receita Federal, mas na verdade é um site falso”, completa.

Lívio ainda esclarece que a Receita não envia links por e-mail ou por WhatsApp para o cidadão. “O órgão não entra em contato com os contribuintes por e-mail, mensagem de texto ou outros meios eletrônicos. Qualquer comunicação desse tipo envolve fraude”, diz.

Como funciona o golpe do IR?

O fraudador simula os sites oficiais, como explicado no item anterior, para obter os dados bancários da vítima. Com esses dados, o criminoso cria um ambiente para acessar a conta invadindo o aplicativo da pessoa e assim criando formas para que isso ocorra e ele possa acessar esses valores.

Uma dessas maneiras é enviando um boleto ou uma guia falsa para a pessoa se passando pela Receita Federal. Assim que o contribuinte clica no link, ele é levado até um site falso e acaba pagando a guia que não é da Receita.

Durante essas comunicações falsas, os golpistas também costumam indicar ao contribuinte uma oportunidade de receber antecipadamente a restituição. E os valores citados costumam ser altos, com objetivo de atrair sua atenção.

Eles ainda prometem a liberação instantânea do dinheiro, que tem data oficial e prazo definido para ser depositado para os contribuintes.

“Não existe maneira de agilizar esse processo, pois os valores são definidos no momento da entrega da declaração do Imposto de Renda, sem mudanças em relação à data de recebimento”, afirma o especialista.

Confira 7 dicas para evitar golpes com a restituição do Imposto de Renda:

1 – Gere as guias de pagamento somente pelos canais oficiais;

2 – Avalie as guias antes de autorizar seu respectivo pagamento. Confira o CNPJ do beneficiário e o banco que está emitindo a cobrança. Caso identifique que um ou mais desses dados não conferem, não efetue o pagamento;

3 – Não clique em anúncios com informação de patrocinado ou em links de e-mails desconhecidos;

4 – Não abra arquivos anexados, pois, normalmente, são programas executáveis que podem causar danos ao computador ou capturar informações confidenciais do usuário;

5 – Não acione os links para endereços da Internet, mesmo que lá esteja escrito o nome da Receita Federal, ou mensagens como “clique aqui”;

6 – Fique atento aos e-mails que chegam em nome da instituição. A Receita Federal reforça o alerta sobre novas mensagens falsas que estão circulando na Internet sobre divergências no IRPF, seguidas de multa.

7 – A orientação é não abrir ou não responder a essas mensagens. E, caso receba algo semelhante, é necessário que o contribuinte entre no e-CAC, com login e senha, e verifique se há alguma pendência no CPF ou imposto de renda.

Para o diretor jurídico da U4C, o mais importante é saber se o beneficiário deste pagamento é realmente a Receita Federal ou se é um CNPJ ou CPF de terceiro. Ele ainda reforça que isso vale para qualquer situação.

Outra dica é observar o browser do site e verificar se o endereço é realmente do governo ou do órgão que receberá o pagamento. “Muitas vezes os sites falsos começam com um nome criado para chamar atenção tipo Pague seu IPVA Receita Federal”, explica.

Ele também diz que é necessário observar se a terminação do site é “.com.br” – se não for, pode ser golpe.

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