Economia

Inadimplência em Belo Horizonte cresce 6,54%, mas segue abaixo da média nacional

Falta de controle financeiro e juros altos pressionam famílias; maioria das dívidas está entre adultos de 30 a 64 anos
Inadimplência em Belo Horizonte cresce 6,54%, mas segue abaixo da média nacional
Foto: Reprodução Freepik

Mesmo com índice menor do que as médias estadual e nacional, a inadimplência em Belo Horizonte cresceu 6,54% em julho de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados são da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). Em Minas Gerais, o aumento foi de 8,8%, enquanto a média nacional ficou em 7,98%.

Segundo a entidade, o avanço da inadimplência na capital mineira é reflexo de fatores como os juros elevados, a inflação persistente e, principalmente, a falta de planejamento financeiro por parte dos consumidores.

“O descontrole financeiro com a falta de planejamento no uso do crédito e com gastos não planejados são algumas das causas para o aumento da inadimplência. O ideal é registrar tudo o que se ganha e se gasta”, afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Homens devem mais, mas mulheres são maioria

Em Belo Horizonte, a divisão de gênero entre os inadimplentes se manteve estável em julho: mulheres representaram 46,81% dos endividados e homens, 43,79%. No entanto, o valor médio das dívidas masculinas foi maior: R$ 5.658,80, contra R$ 5.381,16 das mulheres.

“Esse cenário reforça a necessidade de políticas de educação financeira e acesso sustentável ao crédito para ambos os grupos, considerando as diferenças de renda e perfil de endividamento”, afirma Souza e Silva.

Adultos entre 30 e 64 anos concentram maior inadimplência

A inadimplência em BH se concentra nas faixas etárias de 50 a 64 anos (23,58%), 40 a 49 anos (22,51%) e 30 a 39 anos (22,48%). De acordo com o presidente da CDL/BH, essa distribuição está ligada ao momento de maior atividade econômica das pessoas, com mais responsabilidades financeiras e maior acesso ao crédito.

As faixas etárias mais jovens e mais idosas apresentaram menores índices de inadimplência:

  • 65 a 84 anos: 15,05%
  • 25 a 29 anos: 9,02%
  • 18 a 24 anos: 3,6%
  • 85 a 94 anos: 2,47%
  • Acima de 95 anos: 1,03%

“As faixas mais jovens e mais idosas apresentaram níveis reduzidos, refletindo tanto menor exposição ao crédito quanto menor capacidade ou necessidade de endividamento”, conclui o presidente da CDL/BH.

Quase 4 em cada 10 inadimplentes não controlam os gastos

Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o SPC Brasil revela que 37% dos inadimplentes nas capitais brasileiras não fazem controle efetivo de seus ganhos e despesas. Entre eles, 17% dizem fazer esse controle “de cabeça”, o que aumenta o risco de desorganização.

Outros motivos apontados para a falta de controle orçamentário incluem experiências frustradas (16%), falta de disciplina (15%) e renda instável (14%). A pesquisa mostra que, além da falta de interesse, o problema está muitas vezes associado à insegurança financeira e à ausência de hábitos consolidados de gestão pessoal.

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