Inadimplência em Belo Horizonte bate recorde em outubro
O índice de inadimplência em Belo Horizonte avançou para 63,5% em outubro, o maior patamar já registrado. O resultado representa um aumento de 2,1 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e compilada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG).
Além da inadimplência, a taxa de endividamento apresentou alta de 0,9 ponto percentual no último mês, alcançando 88,7% dos consumidores belo-horizontinos.
O cenário na capital mineira é afetado pela política monetária restritiva adotada no Brasil, com os juros básicos da economia – a taxa Selic – em 15% ao ano. O patamar elevado dificulta, por exemplo, a renegociação de débitos, conforme explica a economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves.
A inadimplência é maior entre as famílias com renda de até dez salários, em que as contas atrasadas atingem 65,7%. Entre os lares com renda superior, o índice chega a 50,3%. Entre os consumidores endividados, 71,6% ainda não conseguiram quitar seus compromissos e estão com dívidas em atraso, aponta a entidade.
Por outro lado, a pesquisa sinaliza que a trajetória de crescimento no número de pessoas com contas atrasadas pode perder força. “Apesar da alta inadimplência, o índice dos que não terão condições de pagar desacelerou 2,7 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2024, sinalizando possível influência de um mercado de trabalho aquecido, que tem sustentado a renda de parte dos consumidores e evitado uma deterioração ainda maior da capacidade de pagamento”, avaliou a economista.
No total, 23,4% das famílias disseram acreditar que não terão condições de quitar os compromissos financeiros em atraso em novembro – em setembro, o percentual era de 20,5%.
“Ainda assim, o comprometimento médio de 31,8% da renda mensal com dívidas e o atraso superior a 90 dias em 42,3% dos casos indicam uma situação financeira delicada, especialmente entre famílias com renda de até dez salários mínimos”, afirmou a especialista, em nota.
Nível de endividamento está em alta em Belo Horizonte
De acordo com a Peic, 40,1% dos entrevistados se consideravam pouco endividados em outubro; em setembro, o percentual era de 47,2%. Os compromissos financeiros investigados na pesquisa incluem cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimos pessoais, prestações de carro, seguros, entre outros.
Aqueles que se disseram mais ou menos endividados somaram 28,9%, enquanto os muito endividados representaram 19,7% – ante 16% no mês anterior.
Segundo a Fecomércio MG, 42,3% das famílias têm contas vencidas há mais de 90 dias e o pagamento das dívidas, em média, está atrasado há 60,1 dias.
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