Economia

Inadimplência de condomínio em Minas atinge maior nível do ano e chega a 6,69% em setembro

Apesar dos aumentos, o índice mineiro está abaixo da média nacional
Inadimplência de condomínio em Minas atinge maior nível do ano e chega a 6,69% em setembro
Condomínios de taxa baixa seguem com as maiores inadimplências, seguidos pelos de taxa média e, por último, os de taxa alta. | Foto: Diário do Comércio/ Leonardo Leão

A falta de pagamento da taxa de condomínio em imóveis de Minas Gerais apresentou a maior média do ano em setembro de 2025, e chegou a 6,69%. Os dados são do Índice de Inadimplência Condominial, apurado pela plataforma imobiliária Superlógica, e divulgado nesta terça-feira (25).

Conforme o levantamento, a taxa subiu 1,17 ponto percentual entre agosto (5,52%) e setembro nas residências de copropriedade do Estado. Exatamente um ano antes (setembro de 2024), o valor estava em 5,41%. A alta, portanto, foi de 1,28 ponto percentual no período. Apesar dos aumentos, o índice mineiro está abaixo da média nacional, que ficou em 6,8% em setembro.

“Após queda em julho, a inadimplência da taxa condominial voltou a subir em ritmo acelerado em agosto e setembro, puxada pela inflação elevada e juros altos. São fatores que reduzem o poder de compra da população e, consequentemente, aumentam a inadimplência – sobretudo a condominial, dada a prioridade de pagamento das pessoas por despesas mais caras, como cartão de crédito, aluguel, empréstimos e cheque especial”, afirma o diretor de crédito do Grupo Superlógica, João Baroni.

Histórico de inadimplência condominial em Minas e no Brasil

O pico de inadimplência condominial em Minas nos últimos 12 meses foi justamente em setembro, enquanto o menor percentual foi registrado em julho de 2025: 5,33%. No Brasil, o pico nos últimos 12 meses foi em junho de 2025 (7,19%) e o menor percentual foi registrado em dezembro de 2024: 5,76%. Veja as porcentagens em Minas e no País:

  • Setembro de 2024: 5,41% | 5,94%;
  • Outubro de 2024: 5,73% | 5,97%;
  • Novembro de 2024: 5,36% | 5,84%;
  • Dezembro de 2024: 5,68% | 5,76%;
  • Janeiro de 2025: 5,56% | 6,20%;
  • Fevereiro de 2025: 5,82% | 5,96%;
  • Março de 2025: 5,64% | 6,80%;
  • Abril de 2025: 5,39% | 6,27%;
  • Maio de 2025: 5,51% | 6,73%;
  • Junho de 2025: 5,65% | 7,19%;
  • Julho de 2025: 5,33% | 5,96%;
  • Agosto de 2025: 5,52% | 6,08%;
  • Setembro de 2025: 6,69% | 6,80%.

Inadimplência condominial por valor da taxa

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Foto: Divulgação Eleven

O Índice de Inadimplência Condominial também apontou a inadimplência de acordo com a segmentação entre alta (R$ 1.000), média (entre R$ 500 e R$ 1.000) e baixa (abaixo de R$ 500) no País em setembro de 2025.

De acordo com a Superlógica, os resultados mostram que condomínios de taxa baixa seguem com as maiores inadimplências, seguidos pelos de taxa média e, por último, os de taxa alta.

  • Taxa baixa: 11,46% de inadimplência (alta de 1,37 ponto percentual em relação a agosto);
  • Taxa média: 7,16% de inadimplência (alta de 0,8 ponto percentual em relação a agosto);
  • Taxa alta: 5,14% de inadimplência (alta de 0,45 ponto percentual em relação a agosto).

Taxa média de condomínio no País (entre julho e setembro)

  • Brasil: R$ 841,23;
  • Região Norte: R$ 900,51;
  • Região Nordeste: R$ 895,58;
  • Região Sudeste: R$ 863,21;
  • Região Centro-Oeste: R$ 738,73;
  • Região Sul: R$ 665,54.

Prejuízos do não-pagamento da inadimplência condominial

Baroni lembra que a inadimplência da taxa condominial traz consequências para o morador e para o condomínio em si. “Se, de um lado, o morador corre o risco de perder até o imóvel por não pagar a cota, caso a dívida seja judicializada e o bem, colocado em leilão, de outro, o gerenciamento de gastos da coletividade torna-se incerto, muitas vezes inviabilizando manutenções de rotina e obras de melhoria”, declara.

Índice de Inadimplência Condominial

Apurado pela Superlógica, plataforma que detém softwares de gestão, de relacionamento e de controles de acesso, além de serviços financeiros como crédito, pagamentos e conta digital, o Índice de Inadimplência Condominial é um indicador de dados “exclusivos e internos”, que apresenta o cenário de dívidas em relação à taxa de condomínio no Brasil.

De acordo com a empresa, o levantamento é feito com aproximadamente 6,3 milhões de imóveis de cerca de 100 mil condomínios de todas as regiões do Brasil e leva em consideração os boletos que estão há mais de 90 dias sem pagamento.

Todos os dados são anonimizados, ou seja, não são passíveis de associação a um indivíduo, direta ou indiretamente. Ainda conforme a Superlógica, a inadimplência da taxa condominial causa um prejuízo anual de aproximadamente R$ 7 bilhões de reais para os condomínios do Brasil.

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