Economia

Inadimplência dos consumidores de Belo Horizonte registra sétima queda consecutiva em dezembro

De acordo com a CDL/BH, a taxa é maior entre mulheres (47,05%) e pessoas com idade entre 40 e 64 anos (45,9%)
Inadimplência dos consumidores de Belo Horizonte registra sétima queda consecutiva em dezembro
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A taxa de inadimplência dos consumidores de Belo Horizonte recuou 0,72% em dezembro de 2024. De acordo com o levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), a capital mineira seguiu na contra mão de Minas Gerais (2,88%), da região Sudeste (1,44%) e do Brasil (1,92%), onde foram observados avanços no indicador.

Esse foi o sétimo mês consecutivo de queda da inadimplência entre os belo-horizontinos, refletindo a melhora na renda e da capacidade de pagamento das famílias da Capital. O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, pontua que o desempenho positivo do mercado de trabalho em Belo Horizonte contribuiu para a queda da inadimplência entre os consumidores.

“A maior conscientização dos impactos negativos da inadimplência, como restrições ao acesso ao crédito, tem incentivado o consumidor a priorizar o pagamento de suas obrigações financeiras”, completa.

Já o vice-presidente da CDL/BH, Fernando Cardoso, destaca que Belo Horizonte possui uma particularidade relevante que torna a cidade a “capital do comércio e serviços”. Ele lembra que cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do município e 80% dos empregos estão relacionados com esses dois setores.

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Cardoso ainda relata que a capital mineira vem registrando uma evolução nos índices econômicos, principalmente no período de datas comemorativas. “Nós tivemos crescimento em todas as datas comemorativas do ano passado em relação a 2023. Esses indicadores demonstram que a economia vem tendo um crescimento”, pontua.

Ele também explica que essa queda na inadimplência está diretamente ligada ao aumento do consumo. Isso porque, quanto mais pessoas saem da inadimplência, maior a possibilidade de consumo das famílias.

Inadimplência é maior entre as mulheres e as pessoas mais velhas

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A pesquisa ainda aponta que o público feminino segue como o mais inadimplente de Belo Horizonte, com 47,05% contra 43,98% entre os homens. Porém, o valor médio das dívidas do público masculino é superior, sendo de R$ 5.244,30, enquanto, entre as mulheres, o valor médio devido é de R$ 4.944,75.

De acordo com o vice-presidente da CDL/BH, o público feminino tende a apresentar maior consumo, principalmente em quantidade de produtos, e também possui salário médio inferior ao dos homens. Esses dois fatores, segundo ele, ajudam a explicar o porquê das mulheres serem maioria entre os inadimplentes.

Na divisão por faixa etária, a maior parte dos inadimplentes tem entre 40 e 64 anos, respondendo por 45,9% do total. Em seguida aparecem aqueles com idade entre 25 e 39 anos (31,78%); com mais de 65 anos (18,16%) e de 18 a 24 anos (3,94%).

Nesse caso, Cardoso aponta que o fato das pessoas mais velhas estarem no topo da lista está relacionado às responsabilidades que esse grupo, muitas vezes, assume. “Muitas dessas pessoas mais velhas são as mantenedoras das famílias, a maior parte da renda vem deles”, diz.

A importância do planejamento financeiro para os consumidores

Na avaliação de Souza e Silva, o primeiro passo para o consumidor evitar a inadimplência é ter clareza sobre os gastos. Segundo ele, o ideal é anotar as despesas diárias, sejam elas maiores ou menores. Ao registrar as despesas, o consumidor terá uma visão clara para onde o dinheiro está indo, facilitando a identificação de gastos desnecessários.

Com as anotações, é possível verificar e cortar gastos desnecessários, montar uma reserva de emergência e ainda estabelecer metas financeiras. “Também é preciso prestar atenção no vencimento das contas, evitando pagar multas e juros. O ideal é  privilegiar os pagamentos à vista, onde o consumidor pode conseguir bons descontos. E se a compra for parcelada, é preciso prestar atenção se aquela parcela cabe no bolso, para evitar a inadimplência”, acrescenta.

Já para Cardoso o cenário atual demonstra uma evolução no entendimento do consumidor de Belo Horizonte a respeito da importância dos bons hábitos financeiros para a economia das famílias.

“Isso é uma coisa legal, porque nós sempre cobramos o ensino sobre educação financeira nas escolas, para as crianças aprenderem desde cedo sobre a importância da prática básica de gastar sempre menos do que ganha”, diz.

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