Inadimplência de consumidores de BH cai no primeiro semestre

Uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) mostra que a capital mineira fechou o primeiro semestre de 2024 com uma redução de 0,85% na inadimplência em junho frente ao mesmo período de 2023.
A apuração, que utiliza os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), indica que, embora o recuo na inadimplência seja modesto, esse volume de dívidas se destaca, sobretudo, diante dos demais indicadores do País. Em Minas Gerais, por exemplo, a inadimplência aumentou em 1,17%, e no Brasil, subiu em 0,53%, segundo a CDL.
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O presidente da CDL/BH Marcelo de Souza e Silva pontua que “esse resultado pode ser atribuído à melhora na renda, no mercado de trabalho e aos esforços bem-sucedidos de políticas de recuperação de crédito, como o programa Desenrola Brasil”.
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No entanto, o número de dívidas por CPF em Belo Horizonte se manteve elevado, com uma média de duas dívidas por titular em junho. Atualmente, o valor médio em dívidas para cada belo-horizontino é de R$ 5.180,70.
Mudança de comportamento
Para Souza e Silva, a redução da inadimplência em BH indica uma mudança de comportamento. Significa, por exemplo, que houve mais pagamentos de dívidas do que novas inadimplências.

“Os consumidores têm melhorado sua capacidade de pagamento, principalmente, pelo aumento da renda disponível e resiliência contínua do mercado de trabalho, que segue com saldo positivo na capital mineira”, explica.
Melhoria nas condições econômicas ajudou os consumidores
O indicador de dívidas em atraso permite um acompanhamento mais fiel do desenvolvimento da inadimplência, e mostra que no mês de junho o índice de inadimplência foi de 1,18%, o menor para o ano. O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, acredita que a redução na inadimplência se deve às melhores condições financeiras da população.
“Comparando com o início do ano, onde o indicador foi de 9,75% em janeiro, observamos uma tendência de diminuição ao longo dos meses. Este declínio acentuado ocorreu pela melhora nas condições econômicas e na gestão financeira dos devedores, levando a uma redução na inadimplência geral na cidade”, diz o presidente da CDL/BH.
Mulheres e pessoas 50+ lideram inadimplência
As mulheres lideraram o cadastro de inadimplentes em junho, representando 47,29% do total de endividados em Belo Horizonte. No entanto, para este grupo, o valor médio da dívida é de R$ 5.122,79, montante inferior ao dos homens, que possuem uma média de R$ 5.458,34 em dívidas.
Marcelo de Souza e Silva lembra que, em geral, “as mulheres têm rendimentos inferiores aos homens e, além disso, a maioria delas são responsáveis por gerir as contas da casa”. “Isso as torna mais sensíveis à inadimplência”, observa.
A população entre 50 e 64 anos também encerrou o mês de junho em destaque quanto ao número de endividamentos. Este grupo ocupa 23,16% do cadastro de inadimplentes, e uma dívida média de R$ 4.897,93 por pessoa. Já o grupo etário entre 30 e 39 anos deve o maior valor em dívidas: R$ 6.358,02. Os valores médios devidos e a representação no cadastro de inadimplentes por faixa etária são:
- 18 a 24 anos: R$ 3.406,81 – 4,42%
- 25 a 29 anos: R$ 5.325,72 – 9,89%
- 30 a 39 anos: R$ 6.358,02 – 22,73%
- 40 a 49 anos: R$ 5.757,91 – 22,36%
- 50 a 64 anos: R$ 4.897,93 – 23,16%
- 65 a 84 anos: R$ 4.044,61 – 14,15%
- 85 a 94 anos: R$ 2.337,05 – 2,25%
- 95 anos ou mais: R$ 1.456,55 – 0,84%
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